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14 de março de 2011

Evangelho, a mais bela poesia

"A poesia purifica a alma", já dizia Mario Quintana, e se isso é verdade, Deus foi o mais bem sucedido poeta, em todos os tempos, pois conseguiu fazer isto com magistralidade, em apenas um poema. Aliás, foi exatamente este o objetivo da "poesia de Cristo". Hoje, no dia da poesia, gostaria de dissertar a respeito da mais bela poesia direcionada aos homens: a poesia que o próprio Deus escreveu, em Cristo Jesus, para nós. O Evangelho é a mais bela, sublime e suspirante poesia, porque é a poesia de Deus direcionada aos homens. Não é uma poesia escrita com letras, mas com sangue; não foi inspirada na beleza do outono, mas no terrível estrago que o pecado provocou; não teve que ser revisada ou re-lida para ver se estava boa, mas foi definitivamente, a poesia mais bem escrita em toda a história, sem precisar de retoques ou reparações. Esta poesia não teve como cenário um belo lago norteado por belas flores, mas uma colina chamada "lugar da caveira" onde ladrões e delinquentes eram crucificados.

É estranho pensar que esta bela poesia foi inspirada numa injustiça: um tal inocente morrendo por aquilo que não fez. Esta poesia não é um estória qualquer, mas sim, uma história, com H maiúsculo; aliás, uma história tão bem interpretada que, ainda hoje, tem algum efeito na maneira como vivemos, pensamos e cremos. Alguns chamam esta poesia de "Boa-Nova", embora não consigam entender como um homem morrendo injustamente e da forma mais desprezível possivel, pode ser uma boa notícia. Mas é ai que se encontra o valor da poesia: ela não serve para comunicar, nem ainda para fazer aflorar sentimentos normais. Poeta não é jornalista e vice-versa. Um poeta (e Deus o é), comunica aos sentidos ocultos, ao coração petrificado, ao pensar e ao sentir. Poesia comunica o paradoxo, a suposta divergência e uma pseudo-contradição. O evangelho é tido como boa notícia, porque aquele pobre homem morrendo injustamente, era o Filho Eterno de Deus, o teantropos (Deus e homem, num mesmo tempo), o majestoso príncipe dos exércitos de Deus, morrendo pelos nossos delitos.

O evangelho é poesia porque se retrata a mim; é poesia porque o poeta teve que morrer pra contar a história; é poesia com dedicatória e assinatura; é a mais bela história de amor, contada à partir do calvário. O mais horrendo tipo de suplício, sendo usado como instrumento de juízo sobre um inocente, somente para nos comunicar que isto foi feito por nós. E o poeta, agora ressurreto, com furos nas mãos e com a cabeça ferida pelos espinhos que se lhes cravaram, pergunta a nós, alvos de tão magnifica poesia e de tão singelo gesto de amor, que nenhum outro homem (nem mesmo um pai), ousou demonstrar: "Morri, morri na cruz por ti, que fazes tu por mim?"
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