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18 de julho de 2012

Quando obedecer a Deus não parece interessante

"Se somente ouvires diligentemente a voz do Senhor, teu Deus, para cuidares em fazer todos esses mandamentos que hoje te ordeno"
(Deut. 15.5)

Se, se... uma rápida lida no livro de Números, Deuteronômio e outros livros da Bíblia, veremos os Se's. Eles estão espalhados por toda a parte nas Escrituras e, na grande maioria, se trata de bênçãos condicionadas à obediência, como é o caso de Deuteronômio 15.5. O capítulo em específico vai tratar do ano da remissão, em que aquele que tinha emprestado alguma coisa a um de seus irmãos israelitas, no ano da remissão, perdoaria esta dívida. Isso acontecia para que não houvesse pobres em Israel e a promessa era a de que o SENHOR abençoaria abundantemente quando eles entrassem na terra prometida (Dt. 15.4) e no vv.6 continua dizendo que "o SENHOR, o seu Deus, os abençoará conforme prometeu, e vocês emprestarão a muitas nações, mas por nenhuma serão dominadas". Tudo isto com um porém: "Se somente ouvires diligentemente a voz do Senhor, teu Deus, para cuidares em fazer todos esses mandamentos que hoje te ordeno (vv.5). O contexto trata de bênçãos condicionadas ao povo de Israel, mas o princípio é aplicável a nós.

Sabemos das leis, sabemos das promessas, sabemos das bênçãos, tal como o povo de Israel tinha tudo isto em mente. Mas por que você acha que em Israel havia gente pobre (Mc. 14.7), enquanto Deus disse que a observância do princípio do ano da remissão era para que não houvesse pobres? simplesmente porque Israel não foi leal aos mandamentos, e a bem da verdade, nós também não somos. Ao invés de Israel pensar: "bem, estamos no ano da remissão, em que perdoamos dívidas. Que Deus maravilhoso que ergue este princípio em benefício dos pobres!", pensavam assim: "o que é meu é meu e eu não vou ser bobo de dar para outro aquilo que eu comprei com o meu suor". Queremos o que é nosso a todo o custo, mesmo sabendo que estamos no "ano da remissão", em que Cristo pagou, cancelou, invalidou a nossa dívida e então somos reconciliados com Deus. Queremos resolver as coisas com as nossas próprias mãos, mesmo sabendo que as bênçãos decorrentes da obediência à Palavra estão em jogo. Frequentemente, estamos quebrando as regras e transgredindo as leis por acharmos que Deus não é tão sábio assim e a maneira como eu faço, eu quero, eu penso é a que dá certo e resultados imediatos, embora saibamos que nem tudo o que dá certo é correto e bom.

A verdade é que nem sempre os resultados de Deus são imediatos, e isso nos decepciona. Queremos ver as coisas acontecendo agora. Vivemos numa época em que muitos têm uma completa sede por vingança e retribuição, e se foram vilipendiados  e desonrados aqui, querem que os que fizeram isso recebam na mesma medida, agora! querem triunfar e esfregar na cara do "adversário" (que por incrível que pareça não são principados e potestades, como diz Efésios 6.10, mas sim a "carne e o sangue" - pessoas! - transgredindo, assim, o princípio bíblico) a "vitória", enquanto Deus diz: "Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor" (Rom. 12.19), e essa recompensa não se dará agora e Deus não se "vingará" nesta vida. Isso nos frustra porque queremos ver acontecer com aquele que nos feriu, o mesmo que aconteceu conosco.

Isso é assim porque temos uma visão míope da glória de Deus. Não temos em voga as promessas de Cristo e o tesouro que Deus é para nós, em Cristo Jesus. Na verdade, muitos de nós andamos por vista e não por fé (2Cor. 5.7), olhando para coisas, situações, circunstâncias e vilipêndios enquanto deveríamos nos entregar "Àquele que julga retamente" (1Ped. 2.24). Se crermos que "se somente ouvirmos diligentemente a voz do Senhor e tivermos o cuidado de fazer conforme todos os mandamentos", usufruiremos de bênçãos da parte de Deus, toda a questão será solucionada. Não mais faremos "justiça com as próprias mãos", nem mesmo esperaremos recompensas nesta vida, mas teremos viva a esperança de que, se obedecermos a voz do Senhor, provaremos de bênçãos sem medida na terra que Ele dará por possessão! O problema é que não parece interessante obedecer a Deus quando é a minha vida, o meu lucro, o meu sucesso, o meu ganho, a minha honra, a minha família, a minha comodidade que está em jogo; Não parece interessante obedecer a Deus pois enquanto Ele garante que haverá resultados lá na frente, nós queremos vê-los agora, enquanto Paulo diz que "se esperarmos em Cristo somente nesta vida, somos os mais infelizes entre os homens" (1Cor 15.19), mas Jesus disse que "felizes os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus (Mt. 5.3); "felizes as pessoas que choram, pois Deus as consolará (5.4); "felizes são vocês quando os insultam, perseguem e dizem todo tipo de calúnia contra vocês por serem meus seguidores. Fiquem alegres e felizes, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês" (Mt. 5. 11, 12a NTLH).

Em Cristo, que sempre recompensa os seus,

Cleison Brügger.
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Crianças podem cantar que eram pecadoras mas que foram lavadas pelo sangue de Jesus?

Bem, não. Não até que ela entenda o que é ser uma pessoa pecadora e o que Cristo fez na cruz para resolver esse problema. Ela não pode cantar até que tenha entendido a questão. A questão é que saber que temos erros não nos faz, automaticamente, purificados deles. João escreveu: "Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" (1 João 1:8-9). João está dizendo que a base de sermos lavados pelo sangue - purificados de toda injustiça -  é a confissão dos pecados, e a confissão se dá pelo arrependimento, que vem de um entendimento correto da podridão do pecado, um entendimento correto da infinita ofensa que o pecado é contra Deus e da infinita graça que é encontrada em Cristo. Geralmente, crianças não tem essa noção. Então, é errado que crianças cantem - mesmo que inocentemente - que foram lavadas pelo sangue de Jesus, visto ainda serem pecadoras e carentes da redenção em Cristo. Não há uma idade em que Cristo passa a "pedir conta". A Palavra diz: "até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra é pura e reta" (Provérbios 20.11). Então, se uma criança tem noção de que tem erros, deve ter noção de que ser lavado pelo sangue acontece através da fé somente, em Cristo somente, pela graça somente. Então, as educadoras de crianças nas igrejas devem gastar tempo ensinando-as o Evangelho, a fim de que elas falem com conhecimento de causa que eram pecadoras mas foram lavadas pelo Sangue. Nossas crianças devem ser levadas, desde já, a uma experiência de salvação. Isso não se dá através de histórias contadas; se dá através da fé.  Nossas crianças devem ser levadas a uma experiência regenerativa - nova vida em Cristo, até poderem cantar com entendimento, e com temor, e com tremor, que eram pecadoras, mas foram lavadas. Vale lembrar que filho de crente não é crente, como filho de peixe o é. Os salvos são aqueles que, um dia, tiveram uma experiência de salvação, e mesmo sendo criança, é necessário ter esta mesma experiência salvífica.

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Sim, estou tratando da música do Thalles Roberto, "Oh, meu irmãozinho". Não tenho absolutamente nada contra  a letra e nem o texto trata disso. Essa foi uma questão que surgiu na minha igreja e que achei que uma consideração a respeito caberia.
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