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11 de setembro de 2012

Considerações acerca de uma conversa com uma Testemunha de Jeová

  Hoje, parei para conversar mais demoradamente com o seu Almir, que está fazendo obras lá na empresa. É uma pessoa muito agradável, bom de papo, bem humorado. E enquanto desenrolava a conversa, percebia-se no que ele acreditava. Se intencionalmente, não sei. Mas sei que hoje conversei com um discípulo das Testemunhas de Jeová. Ele falava muito e cortava muito quando eu começava a falar. Não havia tempo para as minhas argumentações. Confesso que falhei um pouco em demonstrar e defender a honra de Cristo acima de todas as coisas, muito embora eu tenha tentado consertar seus equívocos doutrinários. Mas hoje me serviu para rever o que, de fato, creio e também, aprender um pouco com o seu Almir sobre como devo procurar uma brecha para o evangelho nas minhas conversas com outras pessoas.

Primeiramente, a ideia que seu Almir tem de pecado é aquela passada por Adão e Eva: a serpente me enganou e eu comi. Segundo ele, nossos pecados são sempre uma influência externa, uma armadilha do maligno. Só que talvez ele não entenda que nós somos um pouco diferentes de Adão e Eva: os primeiros humanos, dotados de livre-arbítrio (que deve ser entendido como a capacidade natural de escolher entre o bem e o mal, e não liberdade de escolha comum, como alguns acreditam), escolheram pessoal, racional e intencionalmente o comer do fruto proibido. A serpente influenciou, mas não forçou. A partir dali, nenhum de nós precisamos de influências externas, pois cada homem é totalmente corrompido em si mesmo e todo o seu esforço está em escolher o que é mal. "Não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3.12). Assim, embora Satanás tenha um papel importante na destruição e ruina do homem, o homem se destrói por si só. Sua total (e não parcial) inclinação ao pecado faz com que ele não precise de estímulos externos; ele grita pelo pecado!  E se assim não fosse, não seria necessário o julgamento de Adão e Eva e o julgamento de todos os homens no Grande Dia. Como nos julgariam se eu não peco por que quero, mas porque sou influenciado e uma "sementinha" é plantada no meu coração pelo maligno? ao contrário disso, todos nós seremos julgados pois somos individual, pessoal, racional e decisivamente responsáveis pelos nossos pecados.

Em seguida, o seu Almir veio com a ideia de que Jesus é Miguel, o arcanjo, e vindo ele à terra é aquele bom exemplo a ser seguido. Esta é uma velha heresia dos TJ. Hebreus 1.4 afirma que Cristo é superior aos anjos. Isso quer dizer que até mesmo o poderoso arcanjo Miguel responde e se submete a autoridade suprema de Cristo. Prova disso é o relato do apóstolo Judas em sua carta, em que Miguel discutia com Satanás acerca do corpo de Moisés. Por fim, Miguel repreende a Satanás dizendo: "O Senhor te repreenda" (Jd 6). Miguel entende que somente no nome de Cristo, que é seu Senhor, há autoridade para repreender até mesmo o príncipe dos demônios. E este que é superior aos anjos é tremendo em santidade, pois é o Filho primogênio, santo e eterno de Deus. Vindo ele à terra como homem (Fp 2.6), mas sendo inteira, plena, absoluta e perfeitamente Deus (Jo 1.1; 1.14), ele proveu para nós a justiça que precisávamos e absorveu na cruz da ira do Deus Todo-Poderoso. Aquele que é supremamente superior viveu, como homem, uma vida perfeita e então, pode apresentar a Deus um sacrifício perfeito. "Àquele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (II Co 5.21).  Cristo apresentando um sacrifício perfeito, provê uma redenção não parcial, mas completa. Este Sumo-sacerdote é eterno e seu sacrifício apresentado foi perfeito. Ele não é um bom exemplo a ser seguido porque ninguém jamais conseguiria viver a vida que ele viveu e morrer sua morte mas, porque ele morreu por nós, podemos viver uma vida de conformidade à sua imagem. Nele, somos restaurados ao propósito inicial do Éden.

E então, chegamos a famosa ideia russelita de que "os mansos herdarão a terra" (Sl 37.11). Seu Almir disse uma frase: "os santos herdarão os céus, mas os mansos herdarão a terra". Bem, com isso talvez ele queria dizer que não importa se você não viveu uma vida de entrega completa a Deus, mas se você faz o bem, não dá calote, é calmo, sorridente, há uma nova terra te esperando! mas, na verdade, quando leio que "os mansos herdarão a terra", me recordo das palavras do Senhor: "aprendei de mim que sou manso e humilde" (Mt 11.29). Em outras palavras, herdarão  a terra aqueles que vieram a Cristo ("Vinde a mim todos vós", Mt 11.28) e foram conformados à sua imagem. O próprio Jesus é quem faz a promessa: "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra" (Mateus 5.5). Pedro, o apóstolo, diz: "Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (II Pedro 3:13), mas quando leio isso, a imagem que vem certamente não é aquela apresentada pelas revistas da Torre de Vigia. A palavra usada para novo, no texto original, é kainos e kainos fala de algo jamais visto antes, de algo completamente novo!  Deus não mudaria os céus, pois o mesmo já é perfeito, visto ser sua habitação. "Novos céus e nova terra" certamente fala de um lugar  perfeitamente preparado para os santos. Leia bem os santos! Não há separação entre "os santos e os mansos" ou "os santos e os justos". "Sem santificação ninguém verá o Senhor" é o que diz Hebreus 12.14, e a eternidade próxima é marcada por uma esperança: todos os habitantes dali poderão ver e contemplar a Cristo face a face (I Co 13.12). Em Apocalipse 21 fala sobre a cidade santa, e a cidade é chamada santa por causa do caráter e a essência dos seus moradores.

Voltando ao assunto de Miguel, enquanto o seu Almir me contava a história de Daniel 10, em que Miguel é enviado por Deus para lutar com o príncipe do reino da Pérsia, um demônio, percebi que ele contava com entusiamo como Miguel lutou persistentemente por 21 dias e derrotou seu inimigo (esse relato é bíblico, e pode ser lido em Daniel 10. 1-14). Ele me disse: "Miguel não voltou até o céu depois de três dias e disse a Jeová: não está dando! Ele lutou com persistência, e mesmo que fosse por mil anos ele lutaria". Confesso que, ao ouví-lo, veio a minha cabeça Miguel como sendo um possivel tipo de Cristo nesta passagem, mas lembrei que o seu Almir não estava pensando como eu: na concepção dele, Miguel não era tipo nenhum, mas o próprio Cristo! como eu sempre estou buscando brechas para ir até Cristo nos textos bíblicos, tentei ir nesta passagem e desisti da ideia de ter Miguel como um tipo. Definitivamente não é! Fui um completo tolo em pensar assim e me arrependo. Então, percebi que Miguel não é um tipo, mas um completo contraste. Se fosse um tipo, que Cristo fraco! o arcanjo levou 21 dias na luta contra o seu adversário. Cristo em sua morte e ressurreição, venceu em definitivo a morte, o Inferno, o diabo, o pecado e então o Christus Victor (Cristo Vencedor) pode dizer ousadamente: "onde está, morte, o teu aguilhão? onde está, inferno, a tua vitória?" (I Co 15.55). Isto é assim pois todo o poder foi outorgado a Cristo nos céus e na terra. E então, anjos, arcanjos, homens e demônios juntamente se prostram e confessam que Jesus Cristo é o Senhor. Toda a lingua deve confessar o senhorio de Cristo, o Salvador perfeito.

Cleison Brugger

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