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7 de abril de 2012

Justiça e amor num só ato

Enquanto escrevo, na minha cabeceira está o excelente livro de Robert Charles Sproul, "A verdade da cruz", onde ele disserta sobre a importância da cruz de Cristo e sua centralidade na fé cristã. Infelizmente, nossa época perdeu a noção da importância desta data. Por conseguinte, as igrejas perderam a noção do sentido maravilhoso que esta data tem para nós que professamos a fé cristã. Muito mais que um "feriadão", é a mais perfeita lembrança do que Cristo fez em nosso lugar. Leia bem, EM NOSSO LUGAR.

Ao olharmos para a cena do Calvário, muitos acham que aquela foi uma cena linda, tal qual Romeu e Julieta, e colocam tudo aquilo sobre a rúbrica do amor. Também é, na verdade. Contudo, a cena não foi nem um pouco bela, e amor não é a palavra-chave para definir tudo aquilo. De fato, se uma palavra pudesse definir a cruz de Cristo, esta palavra seria "justiça".  Cristo morreu para perdão de nossos pecados. Antes de ser para perdão de nossos pecados, uma coisa é certa: Cristo morreu, e isso foi feito para satisfazer a justiça de Deus. Romanos 5.12 diz: "Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram". Me responda: você tem pecados? já sentiu o peso dele em suas costas, consciência, vida? então, você é culpado por eles.

Por natureza, estamos debaixo da ira de Deus (Ef. 2.3), pois ferimos Sua santidade e transgredimos a aliança que fora feita conosco, no Éden (Gn. 3.3). Tudo o que homem deveria fazer é satisfazer a justiça de Deus, pagando pelos seus erros. Para tanto, este homem deveria ter uma conduta ilibada, imaculada, irrepreensível e santa, coisa que homens pecadores não são, nem podem ser. Então... "Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos" (Gl. 4.4). Satanás e seus anjos pecaram e Deus não providenciou nenhum tipo de redenção para eles. Sua sentença está decretada: INFERNO. Para lá eles irão. O homem pecou e, de igual modo, não havia nenhuma obrigação da parte de Deus de providenciar uma redenção para nós, mas Ele o fez, para que sua justiça fosse satisfeita e para que, por amor, seus eleitos fossem salvos. "Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos" (Rm. 5. 18, 19).

"Cristo morreu". Justiça. A santidade de Deus estava ferida. O homem pecou e quebrou a aliança, e se Deus perdoasse isso, Deus seria injusto, pois sua justiça é clara ao afirmar que o inocente é inocentado e o culpado é tido como tal. Assim, "Cristo morreu EM NOSSO LUGAR". Isso é amor. Ele veio, voluntariamente. Deixou o esplendor de sua glória. Deus Filho abandonou o trono e humilhou-se como servo, tornando-se semelhante aos homens (Fp. 2. 5-11). Sobre si levou a culpa que era nossa, e morreu, terrivel, amarga, humilde, pavorosa, arrepiante e dolorosamente numa cruz, por mim e você. Assim, Ele recebe sobre si nossas culpas (o inocente morre por culpados), e nós, recebemos dele, sua justiça e perdão (os culpados são inocentados e aceitos de volta à mesa de Deus). Isso é páscoa. O espírito de morte "passa por cima" dos marcados com o sangue do cordeiro, pois somos salvos pela graça, mediante a fé no sacrificio de Cristo (Ef. 2.5).

Nas palavras do pastor Fabricio Cunha, "espera-se de um Deus que ele vença a morte. Mas um Deus que morre é um escândalo". De fato, visto que um dos pressupostos de Deus é a imortalidade. Contudo, como este Cristo era igualmente Deus como o Pai e o Espírito, a morte não o segurou num sepulcro. Ao terceiro dia, Ele ressuscitou, dando-nos a esperança da vida eterna ao seu lado e consumando, de fato e de verdade, a nossa redenção. O melhor de tudo isto é que esta história não é fictícia, inverossímil, irreal. Ela é real! A cruz de Cristo é o centro, o ápice da história humana. Tudo isso, por justiça e amor. Isso é páscoa.

Até mais,
Cleison Brügger.

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