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28 de dezembro de 2012

Recomeçar


Alguém disse uma certa vez: "Deus nunca se cansa dos nossos novos começos". Na verdade, se existe um coisa que Deus parece gostar é de (re)começos, o começar de novo e de novo. Genêsis 1:1 relata que "no princípio Deus criou os céus e a terra". Ele criou o primeiro dia e poderia se cansar logo no segundo. Mas aconteceu que o terceiro dia veio, o quarto também e Deus não se cansou da monotonia diária. Ao contrário, Deus amou! Ele viu que era bom! Mesmo o dia nascendo todos os dias da mesma maneira, cada dia era um dia diferente, cada dia Ele criava coisas novas e no final de cada dia, o escritor sagrado diz que Deus "via que era bom!".

Certa vez, Deus se cansou. Há uma palavra na Bíblia que revela que há um momento em que Deus cansa. Essa palavra é tolerância. Sofonias vai tratar disso com propriedade. Tolerar dá a ideia de que a gente aguenta até não dar mais. A gente suporta até que fica insustentável. E Deus suportou, até o dia em que disse: "Me arrependo de haver feito o homem sobre a terra" (Gn. 6:7). Deus não havia se cansado da vida, da beleza das flores ou algo do tipo. Deus havia se cansado da perversidade dos homens (Gn. 6:5-7). Mas Noé achou graça aos olhos de Deus, de tal modo, que Deus quis (re)começar com ele. Com ele fez uma aliança. E disse pra ele o mesmo que disse para o primeiro homem: "frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra" (Gn. 9:1). Em outras palavras, Deus estava dizendo: "recomece, Noé! vamos fazer de novo. Frutifique, cresça!" e não é interessante que Deus resguardou na Arca um casal de cada animal? certamente na Arca houve procriação. Isso porque Deus ama o nascer e o recomeçar. Ele ama o Leopardo pai, mas gosta quando o Leopardo filho nasce igualzinho ao pai. São iguaiszinhos em espécie e tipo, mas o recomeçar da vida é fascinante ao Criador.

Na cruz, em Cristo, Deus estava recomeçando. Paulo disse aos coríntios que "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo" (2Co. 5:19). Reconciliar é conciliar de novo; trazer a comunhão de outrora. Ele estava, em Cristo, (re)costurando os laços de amizade, restaurando a comunhão perdida, nos restituindo à família de Deus. Na cruz não acaba, começa! na verdade, RECOMEÇA! E tanto é assim que quando Deus salva ele regenera. Na conversa que Cristo teve com Nicodemos, o Senhor disse: "necessário vos é nascer de novo" (João 3:7). Nascer de novo, ou (re)nascer, (re)generar. Deus parece gostar deste prefixo!

Quinte anos depois de o povo judeu chegar em Jerusalém, depois de estarem 70 anos cativos em Babilônia, Ageu, o profeta, fala ao povo as palavras do SENHOR: "Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a Minha casa; e dela Me agradarei, e serei glorificado, diz o SENHOR" (Ageu 1:8). Em Babilônia, o povo tinha perdido muita coisa: cultura (lá a cultura era pagã e estrangeira), nomes que honravam a YHWH e que designava quem eles eram  (em Babilônia eles ganharam novos nomes pagãos, a exemplo de Daniel e seus amigos), fé (a fé judaica era monoteísta, mas a fé babilônica era politeísta, com seus diversos deuses, de diversos nomes, diversas caras e diversas esculturas). Quando eles voltaram para Jerusalém, o salmista disse que eles "estavam como os que sonham" (Salmo 126:1). Estão voltando para a cidade do Rei, a cidade Santa. Mas veja como ela está: arruinada, queimada, destroçada! veja o templo! está queimado, destruído, arruinado! Aquele majestoso templo que Salomão construíra, cujo qual, na ocasião de sua inauguração, os sacerdotes não conseguiam ficar de pé para ministrar, tamanha a glória que encheu a casa, agora estava queimada e desonrada. Mas Ageu, o profeta, dá três imperativos ao povo: "SUBI ao monte, e TRAZEI madeira, e EDIFICAI a casa" (Ageu 1:8). Deus ordenou ao povo que (re)construisse o templo arruinado! O lugar mais importante de Jerusalém precisava ser restaurado! e havia uma promessa: "A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos" (Ageu 2:9).

Neste novo ano que se inicia, o convite de Deus a nós é que recomecemos. Se há pecados que precisam ser abandonados, se amizades precisam ser restauradas, se nossos muros e nossa vida, que é templo do Espírito, precisa ser edificada novamente, eis a ordem do Senhor: Suba, traga e edifique! onde você encontrará material necessário para a reconstrução, o recomeço? se você sabe onde é, vá buscar, não perca tempo! mas vá e traga consigo! tenha em mãos o material necessário para o recomeço da obra e então, comece a edificar! Não desanime porque tudo está destruído. Mãos à obra! Você, com a ajuda do Senhor, poderá fazer com que a reconstrução fique ainda melhor do que quando foi meramente construído. O SENHOR é poderoso para fazer da segunda edificação maior e melhor que a primeira.

Que neste novo ano, Deus levante nosso espírito, como levantou o de Zorobabel, Josué e todo o povo (Ageu 1:14) para que possamos reconstruir, recomeçar e avançar para as boas coisas que a nossa frente estão! feliz 2013!


Cleison Brugger
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22 de novembro de 2012

Deixa Mical no canto dela, Davi!

Davi estava muito feliz! Depois de a arca do concerto ter estado no terreno inimigo dos filisteus por 70 anos, agora Davi estava devolvendo a Arca para o seu lugar, de onde nunca deveria ter saído! Davi estava alegre demais! a cada seis passos e oferecia sacríficios (cf. 2Sm. 613); ele cantava e bailava no meio do povo (2Sm. 6:14); naquele dia, o povo se surpreendeu com o rei dançando no meio deles. Davi perdeu a compostura e esqueceu de todas as regras de etiqueta. Mas era a Arca de volta! todos deveriam estar felizes e jubilosos! Icabô não mais! A glória de Israel estava de volta!

E quando acabou o cerimonial, e o povo, feliz e regozijante, voltava para suas casas, Davi foi abençoar sua casa, mas chegando lá...

Mical estava indignada! num ato de revolta e menosprezo pela atitude desprezível de Davi em ter dançado e bailado no meio do povo (visto que, como rei, ele deveria se comportar), Mical o despreza e diz para ele: "Como o rei de Israel se destacou hoje, tirando o manto na frente das escravas de seus servos, como um vadio qualquer!" (2Sm. 6:20 NVI). Ok, Mical não era o exemplo de mulher ideal, e Davi cortou Mical com sua contra-resposta (2Sm. 6:21,22), mas vamos combinar? Davi tem uma parcela de culpa nisso, e nós temos o que aprender - ou não! - com Davi. Davi, muito embora fosse um homem segundo o coração de Deus, era carnudo!!

Em 2 Samuel 3 conta-se que Abner fez uma aliança com Davi, depois de um mal entendido com Is-Bosete, filho de Saul. Então Davi faz uma proposta: "Quer fazer aliança? tá ok, mas tem uma condição: quero Mical, filha de Saul, pois já paguei o preço requerido para poder casar com ela. Ela é minha por direito!" (2Sm. 3: 12, 13). Só que havia um porém: Mical já tinha marido! Só que Abner a tira do marido dela para entregar-lhe a Davi (2Sm. 3:15, 16). 


 Tá pegando Mical pra quê Davi? deixa ela no canto dela! já tem marido, já tem família, eles parecem ser felizes... "mas eu a conquistei, é minha por direito!" Ok, Davi, mas olha de quem é filha! não parece boa coisa! "mas é linda, maravilhosa.. o resto a gente conversa"..

Bem, Davi sabia que ela era linda! Mas por ser criada com Saul, certamente tinha os traços do pai no que se refere a personalidade. Na verdade, Davi por ser o garanhão e adorar "colecionar" paixões (só em 2 Sm. 3:2-5 encontramos 5 mulheres de Davi!) ele não tinha ideia do problemão que ele estava arrumando: uma mulher que não se alegrava com a presença de Deus, não compartilhava da alegria do marido, o desonrava e ainda não deu a ele a alegria de gerar filhos (coisa que Davi amava era criança! cada mês era um novo!) O que adiantou pagar o preço por ela? o que adiantou a fama de ser "marido da princesa"? o que adiantou dormir ao lado do manequim mais perfeito de Israel? agora, a princesa está te chamando de "vadio, vagabundo", não te respeita, não te honra, não te entende. Mical não entendia, nem compartilhava da alegria de Davi, nem da alegria do povo. Mical era incrédula, não tinha prazer em Deus. Estava na janela pra ver no que daria aquilo tudo, mas acabou vendo Davi que embora estivesse muito feliz pela chegada da Arca em Jerusalém, aos olhos dela, era um vagabundo qualquer, dançando no meio do povo.

Começar um relacionamento por qualquer tipo de atração é a maior das burrices. Paulo recomenda que devemos ter um relacionamento que aconteça "no Senhor" (I Co. 7:39). Paulo nos adverte a fugirmos das paixões da mocidade (2Tm. 2:22), a exemplo de José fugindo da mulher de seu patrão. Se o inimigo tá oferecendo filé, pela honra do Senhor, eu viro vegetariano, como fez Daniel e seus amigos. Beleza? é interessante! mas caráter é necessário e vida com Deus é fundamental. Existem relacionamentos muito foguentos nos amassos, mas o fogo do amor verdadeiro não passa de história mal contada e o fogo do altar já deixou de arder faz tempo! Princesa, príncipe, se liga: você pode ser boazuda, garanhão, sedutor(a), sensual; mas você jamais, leia bem, jamais! ganhará para si um servo de Deus, pois eles estão vacinados, visto que, um dia, crucificaram sua carne, junto com suas paixões e desejos (Gl. 5:24). Eles agora são guiados pelo Espírito, até nos relacionamentos!

Se você é carnudo(a), se liga: você arruma uma Mical da vida que, embora seja princesinha, atraente, bonita, quando casar (se casar!) te despreza, te desonra e depois você vai pra igreja chorando e pedindo oração pra Deus salvar o indivíduo, mas como minha querida avó diz, "quem com porco se ajuda, farelo come".


Até mais!
Cleison Brugger
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12 de novembro de 2012

Prazer, evangelho! (parte 1)

por Cleison Brügger

Olá! esses dias eu pensava sobre o pecado e suas implicações. E no caminho (eu estava andando e pensando), percebi que, na verdade, quando se pensa em pecado (um grande problema!), pensa-se numa solução para ele. E a solução para o pecado é o Evangelho. Então, resolvi dividir um texto único em quatro partes, em que falo sobre (1) pecado, (2) a necessidade do Inferno, (3) a necessidade de um Salvador e  (4) como esse Salvador nos salva do pecado. 

Então, para entendermos sobre como somos salvos do pecado, precisamos entender o que ele é. Leia até o final!

PECADO

O pecado não é algo que vem como um mensageiro, mas que está como um residente. Ele não resulta de fatores externos, ou se parece com uma energia impessoal, mas sim, de impulsos internos definidos. Portanto, não podemos dizer que fomos aleatoriamente atingidos pelo mal, como quem toca numa tomada e leva, de imediato, um choque. Jesus disse que “a boca fala do que coração está cheio” (Mateus 12:34). Quando, por exemplo, alguém fala coisas obcenas e imorais, esse alguém não pode colocar a culpa na influência externa ou no contexto dizendo: “essa roda de amigos me influencia a falar desta maneira”. Seu falar obceno é fruto do que está arraigado no seu próprio coração. Assim sendo, embora exista, de fato, um certo tipo e uma certa medida de infuência ao erro, nosso poderoso coração enganoso nem sempre precisa ser influenciado. Ele mesmo procura meios, métodos, maneiras e ocasiões para pecar. Não é algo que vem, é algo que está! E está não detido apenas no coração, mas em conexão com cada um dos nossos sentidos: um olhar, um toque, algo que ouvimos ou até mesmo um cheiro atraente nos faz pecadores assumidos e independentes.

Agora você entende o porquê que o chamado de Cristo é para que abandonemos o nosso “Eu”? e quem é o “Eu”? 

Costumo responder “sou eu” quando me são apresentadas características inerentes a minha personalidade, que define quem eu sou. Na verdade, o “Eu” é tudo o que somos. É o conjunto de tudo aquilo que nos forma e define. E Cristo ordena que abandonemos o nosso “Eu”! por que? Porque o “Eu” – o meu eu, o seu eu – está arruinado, falido, completamente depravado e inclinado para fazer o mal e somente o mal. Tão logo, ele vive – e se agrada em viver – em declarada rebeldia contra a majestade de Deus, seu Criador.

Sabendo que “do coração procede as saídas da vida” (Provérbios 4:23), entendendo que o coração está completamente falido moral e espiritualmente e concordando que o pecado não é uma influência externa, mas que faz parte do que somos e que não vem de dia em dia, mas que está aqui, a cada vez que olhamos, sentimos, pensamos ou tocamos, então chegamos ao porquê do Inferno ser necessário e porquê precisamos de um Salvador.

Mas isso, é assunto pra outra hora. Até o próximo post.
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31 de outubro de 2012

Lutero e a igreja contemporânea. O que mudou?


por Cleison Brugger


Hoje, comemora-se o dia da Reforma Protestante. No dia 31 de outubro de 1517, há exatos 495 anos, Martinho Lutero afixou suas 95 teses nas portas da Catedral de Wittenberg. De lá pra cá, muita coisa mudou, e com isso, a possibilidade da realização de "uma nova reforma" torna-se cada vez menos possível. "Nova reforma", por enquanto, somente a ortográfica.

De início, a igreja outrora chamada de "protestante" já deixou de protestar há muito tempo. Uma parcela dessa igreja resolveu marchar. Marchar para Jesus, para ser mais específico. E passaram a marchar de forma incoerente, insana e sem sentido, de maneira que não honra a Cristo, não edifica a igreja e não restaura os perdidos. A outra parcela da igreja deixou de protestar quando se enclausurou em seus templos e de lá não sai mais; nunca vi protesto dentro de casa! e com isso, perdemos a  voz. Estamos com uma roquidão sem precedentes. Hoje muitas de nossas igrejas são bonitas demais, legais demais, bacanas demais, cheias demais, entretidas demais, famosas demais, mas irrelevantes no sentido de ser contra-cultural e biblicamente comprometida.

Muitos de nós defendemos que precisamos de um "novo Lutero", mas devemos considerar as grandes diferenças que há entre nós e o reformador alemão. Embora denunciemos com frequência as falácias, mentiras e heresias dos que dizem ser apóstolos e não são, mas mentem, adoramos o anonimato dos nossos blogs e twitters. Lutero deu as caras. Muitos de nós estamos no afã de defender a verdade mas não por amor a Jesus, mas para ser relevante de alguma forma. Lutero foi impelido, empurrado, motivado e humilhado pelas Escrituras, e enquanto não acontecer o mesmo conosco, não podemos querer qualquer reforma. Lutero se assemelhou aos discípulos que, por amor à verdade, não temeram o martírio (no seu caso, a excomunhão). Foi resoluto naquilo pelo qual o Espírito lhe tinha iluminado, mas alguns de nós estamos nas trevas do intelectualismo barato e queremos causar.

Outrossim, a intenção de Lutero jamais foi de dividir ou fragmentar, mas era, de fato, reformar a igreja, levando-a a considerar as antigas veredas. Lutero, com suas 95 teses, não estava indo como um juiz condenar a igreja, mas como um amigo dizendo a outro: estamos errados! entretanto, conquanto alguns de nós dizem ter a mesma intenção, o uso de uma apologética fria e sem amor prova o contrário. A ciência tem inchado alguns! sabem muito da verdade, mas esquecem que a igreja é santa, una, invisível e universal; é a noiva de Cristo.

O mais importante a considerar já foi considerado, mas de tão importante deve ser ressaltado: a reforma, em primeira instância, começou em Lutero. Martinho Lutero foi humilhado e transformado ao ser confrontado com a doutrina da justificação pela fé somente. Neste impulso dos olhos abertos, quis abrir os olhos dos outros. Certifique-se se o Espírito de Cristo iluminou os olhos do seu coração através das Escrituras; certifique-se de que seus olhos estão inchados e seus joelhos estão sangrando, antes de começar qualquer reforma. Caso contrário, permaneça sentado e passe a vez.     
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21 de setembro de 2012

"E vós, quem dizeis que eu sou?"


Recentemente, encontraram um fragmento de um antigo papiro escrito em copta, um antigo idioma egípcio, que sugere (ou infere) a ideia de que Jesus Cristo tenha sido casado. Essa não é a primeira vez que algo assim acontece. Dan Brown em O código da Vinci relata esta mesma façanha. Na verdade, se já existiu uma pessoa que foi norteada por especulações, esta foi Jesus. 

Quando ainda estava na terra, muitas pessoas acreditavam que Cristo era o retorno de ilustres profetas, como Elias e Jeremias. Outros acreditavam ainda que ele era mais um dos grandes profetas. Outros ainda o tinham apenas como o filho do carpinteiro. Diante de tantas especulações e hipóteses, Jesus pergunta aos seus discípulos: "E vós, quem dizeis que eu sou?" (Mt 16:15). Ouço um silêncio. Na verdade, se levando em consideração o teor da pergunta, um breve momento de silêncio é lícito, quando não necessário.  Mas o silêncio começa a fixar residência. Parece que a resposta é um tanto complexa. Porém, Pedro se levanta e, enfaticamente diz: "tu és o Cristo, o filho do Deus vivo". 

Pedro entendeu a pergunta. Jesus não estava perguntando quem ele era na perspectiva deles, ou quem ele era para eles, mas sim, quem ele era, de fato e de verdade. Muitos diriam: "Jesus, o senhor é um bom camarada", ou "o senhor é um ótimo conselheiro" ou ainda "o senhor é muito bom com o povo". Mas eles não teriam respondido a pergunta. Ele não pergunta para eles quem ele era como alguém que está provando uma roupa pergunta pro colega se está legal ou não, mas ele pergunta para os seus discípulos quem ele era, como alguém pergunta a enfermeira que está cuidando de um bebê que acabou de nascer se é menino ou menina. Não há o que pensar. É só olhar o sexo. A resposta é óbvia. E Pedro foi enfático: "tu és o Cristo, o filho do Deus vivo". Pedro estava dizendo que Jesus era o cumprimento das profecias, o Ungido de Deus, o Messias esperado, o enviado direta e pessoalmente por Deus, o Pai. 

Jesus se alegrou com a resposta de Pedro, e então disse a ele: "Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus " (Mt 16:17). Perceba o nome que Jesus chama a Pedro. Ninguém chama a Pedro por este nome. Pedro não era conhecido assim. Entretanto, este era o nome que identificava Pedro e o diferia dos demais. Pedro tem aos montes, mas Simão Barjonas era único. Perceba que agora a coisa mais séria: Pedro não ouvia qualquer pessoa o chamar por este nome. Na verdade, na aldeia dos pescadores, o pessoal não sabia que este era o nome de Pedro. Só sabe o nome completo quem, de fato, nos conhece. Jesus perguntou quem ele era e Pedro respondeu, e agora, é Jesus quem está dizendo para Pedro quem ele é. Quando nós dizemos quem Cristo verdadeiramente é, então ele diz quem nós verdadeiramente somos. É no resplendor da glória de Cristo que somos flagrados. Quando conhecemos a Cristo de fato, conhecemos quem nós somos, pois Cristo faz questão de revelar. Jesus continua dizendo a Pedro, agora Simão Barjonas: "[...] isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus" (Mt 16:17b). Pedro recebeu uma iluminação em sua mente que o fez confessar que Jesus era o Cristo, o filho do Deus vivo. "Ninguém pode dizer que Jesus é o SENHOR, senão pelo Espírito Santo” (I Co 12:3). Deus havia dado uma visão, um entendimento da glória de Cristo a Pedro. E nós precisamos fazer o mesmo: pedir ao Pai que nos mostre a beleza e a realidade da glória de Cristo. Que Ele faça com que a centralidade de Cristo não seja apenas uma doutrina em nossa mente, mas uma realidade em nosso coração e vida. Que Ele efetue algo de uma maneira tão intensa, que seja capaz de fazer com que a confissão do senhorio de Cristo que sai dos lábios 
seja fruto da revelação que houve na nossa mente.

Quando somos iluminados, somos iluminados para a veracidade dos fatos e para  a realidade de Cristo. Não para pegarmos nossa lupa e começarmos a especular, como faz um detetive. Quando Deus nos ilumina, nós temos a firme certeza de quem nós temos crido! sabemos firmemente que ele é o Cristo, o filho do Deus vivo, a segunda pessoa bendita da trindade. Aumentá-lo é impossível, visto que um ser eterno não possui limites, e diminuí-lo é estupidez. Confessar quem Cristo é pode mudar a nossa vida como mudou a a de Pedro.

Cleison Brugger

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11 de setembro de 2012

Considerações acerca de uma conversa com uma Testemunha de Jeová

  Hoje, parei para conversar mais demoradamente com o seu Almir, que está fazendo obras lá na empresa. É uma pessoa muito agradável, bom de papo, bem humorado. E enquanto desenrolava a conversa, percebia-se no que ele acreditava. Se intencionalmente, não sei. Mas sei que hoje conversei com um discípulo das Testemunhas de Jeová. Ele falava muito e cortava muito quando eu começava a falar. Não havia tempo para as minhas argumentações. Confesso que falhei um pouco em demonstrar e defender a honra de Cristo acima de todas as coisas, muito embora eu tenha tentado consertar seus equívocos doutrinários. Mas hoje me serviu para rever o que, de fato, creio e também, aprender um pouco com o seu Almir sobre como devo procurar uma brecha para o evangelho nas minhas conversas com outras pessoas.

Primeiramente, a ideia que seu Almir tem de pecado é aquela passada por Adão e Eva: a serpente me enganou e eu comi. Segundo ele, nossos pecados são sempre uma influência externa, uma armadilha do maligno. Só que talvez ele não entenda que nós somos um pouco diferentes de Adão e Eva: os primeiros humanos, dotados de livre-arbítrio (que deve ser entendido como a capacidade natural de escolher entre o bem e o mal, e não liberdade de escolha comum, como alguns acreditam), escolheram pessoal, racional e intencionalmente o comer do fruto proibido. A serpente influenciou, mas não forçou. A partir dali, nenhum de nós precisamos de influências externas, pois cada homem é totalmente corrompido em si mesmo e todo o seu esforço está em escolher o que é mal. "Não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3.12). Assim, embora Satanás tenha um papel importante na destruição e ruina do homem, o homem se destrói por si só. Sua total (e não parcial) inclinação ao pecado faz com que ele não precise de estímulos externos; ele grita pelo pecado!  E se assim não fosse, não seria necessário o julgamento de Adão e Eva e o julgamento de todos os homens no Grande Dia. Como nos julgariam se eu não peco por que quero, mas porque sou influenciado e uma "sementinha" é plantada no meu coração pelo maligno? ao contrário disso, todos nós seremos julgados pois somos individual, pessoal, racional e decisivamente responsáveis pelos nossos pecados.

Em seguida, o seu Almir veio com a ideia de que Jesus é Miguel, o arcanjo, e vindo ele à terra é aquele bom exemplo a ser seguido. Esta é uma velha heresia dos TJ. Hebreus 1.4 afirma que Cristo é superior aos anjos. Isso quer dizer que até mesmo o poderoso arcanjo Miguel responde e se submete a autoridade suprema de Cristo. Prova disso é o relato do apóstolo Judas em sua carta, em que Miguel discutia com Satanás acerca do corpo de Moisés. Por fim, Miguel repreende a Satanás dizendo: "O Senhor te repreenda" (Jd 6). Miguel entende que somente no nome de Cristo, que é seu Senhor, há autoridade para repreender até mesmo o príncipe dos demônios. E este que é superior aos anjos é tremendo em santidade, pois é o Filho primogênio, santo e eterno de Deus. Vindo ele à terra como homem (Fp 2.6), mas sendo inteira, plena, absoluta e perfeitamente Deus (Jo 1.1; 1.14), ele proveu para nós a justiça que precisávamos e absorveu na cruz da ira do Deus Todo-Poderoso. Aquele que é supremamente superior viveu, como homem, uma vida perfeita e então, pode apresentar a Deus um sacrifício perfeito. "Àquele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (II Co 5.21).  Cristo apresentando um sacrifício perfeito, provê uma redenção não parcial, mas completa. Este Sumo-sacerdote é eterno e seu sacrifício apresentado foi perfeito. Ele não é um bom exemplo a ser seguido porque ninguém jamais conseguiria viver a vida que ele viveu e morrer sua morte mas, porque ele morreu por nós, podemos viver uma vida de conformidade à sua imagem. Nele, somos restaurados ao propósito inicial do Éden.

E então, chegamos a famosa ideia russelita de que "os mansos herdarão a terra" (Sl 37.11). Seu Almir disse uma frase: "os santos herdarão os céus, mas os mansos herdarão a terra". Bem, com isso talvez ele queria dizer que não importa se você não viveu uma vida de entrega completa a Deus, mas se você faz o bem, não dá calote, é calmo, sorridente, há uma nova terra te esperando! mas, na verdade, quando leio que "os mansos herdarão a terra", me recordo das palavras do Senhor: "aprendei de mim que sou manso e humilde" (Mt 11.29). Em outras palavras, herdarão  a terra aqueles que vieram a Cristo ("Vinde a mim todos vós", Mt 11.28) e foram conformados à sua imagem. O próprio Jesus é quem faz a promessa: "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra" (Mateus 5.5). Pedro, o apóstolo, diz: "Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (II Pedro 3:13), mas quando leio isso, a imagem que vem certamente não é aquela apresentada pelas revistas da Torre de Vigia. A palavra usada para novo, no texto original, é kainos e kainos fala de algo jamais visto antes, de algo completamente novo!  Deus não mudaria os céus, pois o mesmo já é perfeito, visto ser sua habitação. "Novos céus e nova terra" certamente fala de um lugar  perfeitamente preparado para os santos. Leia bem os santos! Não há separação entre "os santos e os mansos" ou "os santos e os justos". "Sem santificação ninguém verá o Senhor" é o que diz Hebreus 12.14, e a eternidade próxima é marcada por uma esperança: todos os habitantes dali poderão ver e contemplar a Cristo face a face (I Co 13.12). Em Apocalipse 21 fala sobre a cidade santa, e a cidade é chamada santa por causa do caráter e a essência dos seus moradores.

Voltando ao assunto de Miguel, enquanto o seu Almir me contava a história de Daniel 10, em que Miguel é enviado por Deus para lutar com o príncipe do reino da Pérsia, um demônio, percebi que ele contava com entusiamo como Miguel lutou persistentemente por 21 dias e derrotou seu inimigo (esse relato é bíblico, e pode ser lido em Daniel 10. 1-14). Ele me disse: "Miguel não voltou até o céu depois de três dias e disse a Jeová: não está dando! Ele lutou com persistência, e mesmo que fosse por mil anos ele lutaria". Confesso que, ao ouví-lo, veio a minha cabeça Miguel como sendo um possivel tipo de Cristo nesta passagem, mas lembrei que o seu Almir não estava pensando como eu: na concepção dele, Miguel não era tipo nenhum, mas o próprio Cristo! como eu sempre estou buscando brechas para ir até Cristo nos textos bíblicos, tentei ir nesta passagem e desisti da ideia de ter Miguel como um tipo. Definitivamente não é! Fui um completo tolo em pensar assim e me arrependo. Então, percebi que Miguel não é um tipo, mas um completo contraste. Se fosse um tipo, que Cristo fraco! o arcanjo levou 21 dias na luta contra o seu adversário. Cristo em sua morte e ressurreição, venceu em definitivo a morte, o Inferno, o diabo, o pecado e então o Christus Victor (Cristo Vencedor) pode dizer ousadamente: "onde está, morte, o teu aguilhão? onde está, inferno, a tua vitória?" (I Co 15.55). Isto é assim pois todo o poder foi outorgado a Cristo nos céus e na terra. E então, anjos, arcanjos, homens e demônios juntamente se prostram e confessam que Jesus Cristo é o Senhor. Toda a lingua deve confessar o senhorio de Cristo, o Salvador perfeito.

Cleison Brugger
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15 de agosto de 2012

Porque é errado o relacionamento de uma cristã com um não-cristão?

A regra vale para ambos, mas destaco as mulheres por serem mais afetuosas e suscetíveis a frustrações num relacionamento. Assim, se quiser evitar futuras frustrações, evite ter um relacionamento com um não-cristão, e eu explico o porquê. Paulo, em 1Co. 7: 1-16 vai tratar sobre o celibato dos solteiros e viúvos e sobre o casamento de uma pessoa cristã com uma não-cristã. Neste segundo assunto, ele vai falar da dificuldade que há em manter um relacionamento onde uma das partes não serve a Cristo. Paulo recomenda aos que estiverem neste tipo de relacionamento que, caso o inconverso aceite a fé do parceiro, que permaneçam juntos, mas caso não aceite, que se separem (1Co. 7:13-15). Isso é o que o próprio apóstolo chamará de "jugo desigual com os infiéis" (2Co. 6:14). Você já viu algo desigual? não se completa, não se encaixa, não interagem. Assim, apresento algumas razões do porquê um relacionamento com um não-cristão deve ser evitado. 

1) Não-crentes são complacentes com a Pornografia
A pornografia - e todo pecado sexual - é uma perversão daquilo que é bom e belo. Deus não fez o sexo para ser manipulado pelo homem como uma fonte de prazer onde a mulher é usada apenas como um meio para alcançar um fim. Ao contrário disto, o sexo intra-marital (dentro do casamento) foi planejado por Deus para ser santo, prazeroso e belo! "Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará" (Hb. 13:4). Não há manchas na relação sexual intra-marital, pois este foi santificado por Deus e abençoado por Deus no casamento. Sim, há cristãos envolvidos com pornografia. Eles sabem que isto é um pecado e sabem que o Senhor é o conhecedor de suas obras. Mas não crentes não tem esta visão. Para eles, pornografia é algo normal na vida. Mesmo casado, um não-cristão não entende que assistir pornografia é um tipo de adultério. Eles vêem isso como algo normal. Eles olham descaradamente para a mulher do próximo. Não há temor quando, numa roda de conversas, o assunto é obsceno, imoral  e lascivo.  Uma mulher qualquer diria: "meu parceiro é homem, deve pensar em coisas assim", mas uma mulher de Deus diria: "o homem ideal para mim é aquele que tem afeições santas e espirituais".

2) Não-crentes amam e aspiram outras coisas
"O homem cujo tesouro é o Senhor tem todas as coisas concentradas n'Ele" foi o que disse A.W. Tozer. Não-crentes amam muitas coisas, menos o Senhor. Não-crentes aspiram muitas coisas, menos o céu. Não há problemas em aspirar coisas boas, nem sou contra o amar o que é bom, mas a não-consciência de que Deus é o fim último de todas as coisas e usufruí-Lo e conhecê-Lo é melhor do que a vida é terrivelmente ruim. O problema está em colocar todo o coração naquilo que é inútil. C.S. Lewis disse que "tudo o que não é eterno, é eternamente inútil". Um bom marido é aquele cujo amor a esposa é menor comparado ao seu amor por Deus e cujas aspirações são eternas e divinas. Isso te dará um marido puro e santo. Isso não seria algo bom?

3) Não-crentes enxergam o moralismo com outros olhos
Os homens são moralmente responsáveis. E, por serem moralmente responsáveis, andam "na linha". Entretanto, em seu coração e mente (em seu interior) é concebido os mais terriveis tipos de pecados e imoralidades. Contudo, ainda assim, ele anda conforme a lei, pois não quer pagar por isso. Cristãos tem uma visão diferente quanto à moralidade, e é a visão da glória de Deus. Eles entendem que cumprir a lei não é uma questão de "fazer coisas", mas de amar. Porque amamos o Senhor, cumprimos a lei pois, em Cristo, somos feitos capazes de andar retamente, com caráter íntegro e ilibado, e isto recebemos em Cristo, na justificação. Sendo assim, tanto na vida pública quando na privada, o cristão é o mesmo e ele não nutre pecados ocultos, pois o mesmo Deus que ele ama ao ser moralmente correto é aquele que ele teme em sua privacidade.

4) Não-crentes são péssimos maridos pois possuem péssimos manuais
Muitas mulheres se queixam: "nenhum homem presta". E muitos homens se queixam: "eu não entendo as mulheres". E, na verdade, essas afirmações não se cunharam sob hipóteses: os fatos fizeram que elas tivessem sentido! entretanto, olhe para o ponto de vista bíblico sobre como o marido deve amar a sua esposa: "Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela" (Efésios 5:25). Você faz ideia do que seja isso? "Como Cristo amou a igreja" está falando não de um amor como senso de dever, mas um amor volitivo, voluntário. Não um amor de aliançamento, mas um amor que dá peso, sentido e valor a aliança. E o melhor é que a Bíblia não está dando uma dica aos maridos; está dando uma ordem! você já provou do amor de Cristo por você? então, desperdiçará um marido que deve te amar como Cristo amou a igreja para ter um relacionamento com alguém que nem conhece ao Senhor? isso é loucura!

5) Cristãos são mais corajosos mesmo não escondendo qualquer tipo de arma na gaveta
Um verdadeiro cristão, que ama o evangelho de Cristo, dará a maior segurança que nenhum outro poderá proporcionar, pois o tal vive para Cristo, obedece às Escrituras e morre pelo seu Senhor, e se ele morre por alguém, ele então é alguém interessante de se casar. Um cristão não é um covarde! ele dá a sua própria vida por Cristo e se entrega sacrificialmente pelo próximo. 

6) Cristãos são bons pais
O padrão bíblico de paternidade é diferente do padrão da sociedade. O padrão bíblico tem como base e espectro a relação de Deus Pai e seu Filho Jesus. Um grande chamado que os homens têm é revelar a paternidade de Deus, e como Deus amou seu Filho, e como o Filho amou seu Pai. Nas Escrituras, há uma relação bela e harmoniosa entre o Pai e o Filho. 

O Pai ama ao Filho.” (João 3:35).

“O quer que faça o Pai, fará igual o Filho.” (João 5:19).

“E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento.” (João 5:22).

“Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.” (João 5:23).

“Assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em
si mesmo.” (João 5:26).

“A fim de que o Pai seja glorificado no Filho.” (João 14:13). 

Deus é o Pai do Filho unigênito, como também, é o Pai da adoção, trazendo pecadores à sua família. É neste senso de amor e misericórdia que os pais cristãos criam seus filhos. Eles são amados, perdoados, disciplinados, corrigidos, de acordo com as Escrituras, e não tendo como base seriados da TV. 

Eu poderia ficar aqui por um bom tempo falando sobre como é desarmonioso e estranho aos olhos das Escrituras um relacionamento entre um filho de Deus e um não-convertido. Desde o antigo testamento, há proibições claras dadas ao povo de Deus para que não houvessem estranhos no meio deles (relacionamento matrimonial com outros povos), e na linguagem do novo testamento, o melhor tipo de relacionamento é aquele que acontece "somente no Senhor" (1Co. 7:39), e para tanto, é necessário que ambos estejam em Cristo, a fim de que Cristo consuma a união que já está consumada nele.

Até mais,
Cleison Brügger.

PS.: trato no texto de cristãos verdadeiros, não de cristãos nominais.
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8 de agosto de 2012

O Senhor Jesus te ama


Um dia desses fui ao bairro de Santa Cruz, na cidade do Rio, também conhecido como "bairro imperial". É bem legal ver que existem várias ruas com nomes dos grandes personagens da família real, como Dom João VI, Pedro I e Princesa Isabel. Para cunho meramente informativo, o bairro de Santa Cruz - assim como a cidade de Petrópolis - serviu de residência à família real quando estava no Brasil. E, aproveitando o ensejo, aqui vai uma observação: seria interessante a prefeitura do Rio resgatar um pouco da história - que é bela e rica -  restaurando os antigos prédios do bairro que possuem os traços da arquitetura do século retrasado. Fui até lá porque iria fazer uma prova e, caminhando pela rua, avistei uma senhora - posso chamá-la de irmã - segurando alguns folhetos evangelísticos. Diferente do normal, ela não estava distribuindo mas segurando, esperando até que alguém pegasse um. Eu percebi aquilo enquanto andava em sua direção e, como sou legal (risos), passei por ela e peguei um folheto. E então ela disse: "o Senhor Jesus te ama".

E então aquela frase ficou. Ela colocou tudo tão certo numa frase só. Porque ela não disse "Deus te abençoe" ou "Jesus te ama" como todo mundo diz... agora, pego a condução para casa com uma frase martelando na cabeça. Bem, isso não é ruim. Acredite, não é! na verdade, frequentemente devemos ser lembrados do amor de Cristo. Muitos de nós não temos a dimensão completa do quanto Cristo nos amou. Precisamos orar como Paulo, a fim de que compreendamos "qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento" para que sejamos "tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:18,19). Diariamente, precisamos ter a cruz e todo o seu sofrimento diante de nós. Uma das minhas birras com minha denominação é a total desvalorização da cruz. Nem em nossas fachadas, nem em nossos púlpitos a encontramos. Isso é sinal de que ela não é centro de nossa mensagem, conquanto fosse o centro da mensagem de Paulo (ICo 2:2). A cruz nos ajuda a ver o horror do pecado, como Cristo se fez maldição por nós, quão grande é o amor de Deus, quão perfectivo e salvífico é o sacrifício feito na cruz e como devemos viver uma vida santa, a partir do calvário. E essa deve ser uma imagem diária diante de nossos olhos, e um pensamento constante na nossa mente e no nosso coração.

A frase que aquela senhora me disse tem um sentido profundo: "O Senhor Jesus me ama". Ele exerce sobre mim sua graça e sua misericórdia, oferecendo a mim, volitivamente, o que não mereço e não dando a mim o que mereço, de fato e de verdade.  Uns dias atrás, eu lia Deuteronômio 21. Aprendi com Spurgeon que assim como em cada cidade da Inglaterra há uma estrada para Londres, em cada texto das Escrituras há uma estrada para Cristo. Então, eu lia procurando Cristo e, na verdade, não foi muito difícil encontrá-lo; Cristo estava explícito ali. Ficou ainda mais claro para mim quando uma amiga pediu para que eu explicasse para ela o mesmo texto que eu estava lendo. Cristocidência, acredito. Expus para ela Deuteronômio 21:18-21, que vai tratar acerca dos filhos desobedientes. A lei dizia que se alguém tivesse um filho rebelde e contumaz, que não obedecia à voz de seus pais, e mesmo se eles o castigassem, o filho não desse ouvidos, eles poderiam pegar o filho, levar aos anciãos da cidade, expor para os anciãos a situação de sua rebeldia e, então, os homens da cidade apedrejariam o filho impenitente, até que morresse. Me identifiquei com este filho; me encontrei no texto. Eu era - e sou! - aquele filho rebelde, desobediente a qualquer tipo de correção, que não aceita a disciplina de Deus e, vez após vez, estou me rebelando contra sua santidade. Mas vejo que embora eu seja esse filho impenitente, é outro quem recebe o castigo em meu lugar e, na verdade, o que recebeu o castigo era - e é - o completo oposto de quem eu sou. Ele honrou a seu Pai sendo obediente até o fim, cumpriu toda a lei e, mesmo assim, provou do castigo. "-Ei, este lugar nessa cruz horrivel é meu!", diria eu. "Não, filho, eu morri em seu lugar. Eu paguei o preço por você! você jamais poderia pagar o preço que paguei, e paguei este preço porque te amo", é o que diz Jesus. Somos constrangidos por este amor (IICo 5:14), de maneira tal que, agora, obedecer-lhe não é uma troca, ou uma forma de pagar o que ele fez (algo impossivel, ainda que você fizesse isso por duas eternidades!) ou um cumprimento do ditado "um lava a mão do outro". Nós obedecemos a Cristo pois somos constrangidos pelo seu amor. Este amor nos impele. Este amor pende o nosso coração para amar a Deus acima de todas as coisas. Este amor nos leva a amar. "O amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou." (2Coríntios 5.14-15). Você entende isso?

Mas a realidade é que muitos querem um Jesus Salvador e nenhum Jesus Senhor. Querem ir para o céu, mas não querem abrir mão da direção de suas vidas. Embora afirmem nas canções na igreja que Jesus é Rei e Senhor, que ele seja lá, bem longe de mim! Mas a mulher - aliás, a irmã - que encontrei na rua foi bem clara  e concisa: "O SENHOR Jesus me ama". Pedro, em seu primeiro sermão, disse: "saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (At 2:36). Ele é Senhor, pois o próprio Deus o constituiu assim! Ele é o Senhor de fato e por direito! Isso faz me lembrar dois textos das Escrituras. O primeiro deles é a fala de Jesus após sua ressurreição: "E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra" (Mt 28:18). Não uma parte, não um terço, nem seu senhorio é dividido. Tudo é dele! Abraham Kuyper acertou em cheio quando disse que "não há um centímetro deste universo acerca do qual Jesus Cristo não diga: 'É meu'". definitivamente, tudo é dEle e a direção, o senhorio, o comando e a soberania de nossa vida não é diferente. O segundo texto é um dos meu favoritos nas Escrituras: "Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp 2:9-11). Ele é o Senhor! e quando eu sei que ele me amou e que ele é o Senhor, volto a um texto veterotestamentário para tentar explicar o que está na minha cabeça: "[...] se diligentemente guardardes todos estes mandamentos, que vos ordeno para os guardardes, amando ao SENHOR vosso Deus, andando em todos os seus caminhos, e a ele vos achegardes" (Dt 11:22). "Se diligentemente guardardes os mandamentos... amando". O verbo amar está no gerúndio, indicando algo que está acontecendo. Eu vou amando, e então eu guardo. E neste fluir, chego ao outro verso no gerúndio: "andando em todos os seus caminhos [...]". Colocando em ordem, o fato de andar em seus caminhos e de me achegar em sua presença, não é porque eu cumpro a lei ou coisa e tal, mas porque eu o amo. Porque eu amo, lhe obedeço. Porque um dia fui constrangido, e conquistado, e atraído, e arrebatado, posso dizer como Sulamita disse a seu marido: "eu sou do meu amado e o meu amado é meu!" (Ct 6:3). Oh, como quando amamos o  Senhor, obedecer-lhe e seguir-lhe se torna uma alegria incomparável! que o amor e a graça de Deus nos conduza a isto. 
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18 de julho de 2012

Quando obedecer a Deus não parece interessante

"Se somente ouvires diligentemente a voz do Senhor, teu Deus, para cuidares em fazer todos esses mandamentos que hoje te ordeno"
(Deut. 15.5)

Se, se... uma rápida lida no livro de Números, Deuteronômio e outros livros da Bíblia, veremos os Se's. Eles estão espalhados por toda a parte nas Escrituras e, na grande maioria, se trata de bênçãos condicionadas à obediência, como é o caso de Deuteronômio 15.5. O capítulo em específico vai tratar do ano da remissão, em que aquele que tinha emprestado alguma coisa a um de seus irmãos israelitas, no ano da remissão, perdoaria esta dívida. Isso acontecia para que não houvesse pobres em Israel e a promessa era a de que o SENHOR abençoaria abundantemente quando eles entrassem na terra prometida (Dt. 15.4) e no vv.6 continua dizendo que "o SENHOR, o seu Deus, os abençoará conforme prometeu, e vocês emprestarão a muitas nações, mas por nenhuma serão dominadas". Tudo isto com um porém: "Se somente ouvires diligentemente a voz do Senhor, teu Deus, para cuidares em fazer todos esses mandamentos que hoje te ordeno (vv.5). O contexto trata de bênçãos condicionadas ao povo de Israel, mas o princípio é aplicável a nós.

Sabemos das leis, sabemos das promessas, sabemos das bênçãos, tal como o povo de Israel tinha tudo isto em mente. Mas por que você acha que em Israel havia gente pobre (Mc. 14.7), enquanto Deus disse que a observância do princípio do ano da remissão era para que não houvesse pobres? simplesmente porque Israel não foi leal aos mandamentos, e a bem da verdade, nós também não somos. Ao invés de Israel pensar: "bem, estamos no ano da remissão, em que perdoamos dívidas. Que Deus maravilhoso que ergue este princípio em benefício dos pobres!", pensavam assim: "o que é meu é meu e eu não vou ser bobo de dar para outro aquilo que eu comprei com o meu suor". Queremos o que é nosso a todo o custo, mesmo sabendo que estamos no "ano da remissão", em que Cristo pagou, cancelou, invalidou a nossa dívida e então somos reconciliados com Deus. Queremos resolver as coisas com as nossas próprias mãos, mesmo sabendo que as bênçãos decorrentes da obediência à Palavra estão em jogo. Frequentemente, estamos quebrando as regras e transgredindo as leis por acharmos que Deus não é tão sábio assim e a maneira como eu faço, eu quero, eu penso é a que dá certo e resultados imediatos, embora saibamos que nem tudo o que dá certo é correto e bom.

A verdade é que nem sempre os resultados de Deus são imediatos, e isso nos decepciona. Queremos ver as coisas acontecendo agora. Vivemos numa época em que muitos têm uma completa sede por vingança e retribuição, e se foram vilipendiados  e desonrados aqui, querem que os que fizeram isso recebam na mesma medida, agora! querem triunfar e esfregar na cara do "adversário" (que por incrível que pareça não são principados e potestades, como diz Efésios 6.10, mas sim a "carne e o sangue" - pessoas! - transgredindo, assim, o princípio bíblico) a "vitória", enquanto Deus diz: "Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor" (Rom. 12.19), e essa recompensa não se dará agora e Deus não se "vingará" nesta vida. Isso nos frustra porque queremos ver acontecer com aquele que nos feriu, o mesmo que aconteceu conosco.

Isso é assim porque temos uma visão míope da glória de Deus. Não temos em voga as promessas de Cristo e o tesouro que Deus é para nós, em Cristo Jesus. Na verdade, muitos de nós andamos por vista e não por fé (2Cor. 5.7), olhando para coisas, situações, circunstâncias e vilipêndios enquanto deveríamos nos entregar "Àquele que julga retamente" (1Ped. 2.24). Se crermos que "se somente ouvirmos diligentemente a voz do Senhor e tivermos o cuidado de fazer conforme todos os mandamentos", usufruiremos de bênçãos da parte de Deus, toda a questão será solucionada. Não mais faremos "justiça com as próprias mãos", nem mesmo esperaremos recompensas nesta vida, mas teremos viva a esperança de que, se obedecermos a voz do Senhor, provaremos de bênçãos sem medida na terra que Ele dará por possessão! O problema é que não parece interessante obedecer a Deus quando é a minha vida, o meu lucro, o meu sucesso, o meu ganho, a minha honra, a minha família, a minha comodidade que está em jogo; Não parece interessante obedecer a Deus pois enquanto Ele garante que haverá resultados lá na frente, nós queremos vê-los agora, enquanto Paulo diz que "se esperarmos em Cristo somente nesta vida, somos os mais infelizes entre os homens" (1Cor 15.19), mas Jesus disse que "felizes os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus (Mt. 5.3); "felizes as pessoas que choram, pois Deus as consolará (5.4); "felizes são vocês quando os insultam, perseguem e dizem todo tipo de calúnia contra vocês por serem meus seguidores. Fiquem alegres e felizes, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês" (Mt. 5. 11, 12a NTLH).

Em Cristo, que sempre recompensa os seus,

Cleison Brügger.
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Crianças podem cantar que eram pecadoras mas que foram lavadas pelo sangue de Jesus?

Bem, não. Não até que ela entenda o que é ser uma pessoa pecadora e o que Cristo fez na cruz para resolver esse problema. Ela não pode cantar até que tenha entendido a questão. A questão é que saber que temos erros não nos faz, automaticamente, purificados deles. João escreveu: "Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" (1 João 1:8-9). João está dizendo que a base de sermos lavados pelo sangue - purificados de toda injustiça -  é a confissão dos pecados, e a confissão se dá pelo arrependimento, que vem de um entendimento correto da podridão do pecado, um entendimento correto da infinita ofensa que o pecado é contra Deus e da infinita graça que é encontrada em Cristo. Geralmente, crianças não tem essa noção. Então, é errado que crianças cantem - mesmo que inocentemente - que foram lavadas pelo sangue de Jesus, visto ainda serem pecadoras e carentes da redenção em Cristo. Não há uma idade em que Cristo passa a "pedir conta". A Palavra diz: "até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra é pura e reta" (Provérbios 20.11). Então, se uma criança tem noção de que tem erros, deve ter noção de que ser lavado pelo sangue acontece através da fé somente, em Cristo somente, pela graça somente. Então, as educadoras de crianças nas igrejas devem gastar tempo ensinando-as o Evangelho, a fim de que elas falem com conhecimento de causa que eram pecadoras mas foram lavadas pelo Sangue. Nossas crianças devem ser levadas, desde já, a uma experiência de salvação. Isso não se dá através de histórias contadas; se dá através da fé.  Nossas crianças devem ser levadas a uma experiência regenerativa - nova vida em Cristo, até poderem cantar com entendimento, e com temor, e com tremor, que eram pecadoras, mas foram lavadas. Vale lembrar que filho de crente não é crente, como filho de peixe o é. Os salvos são aqueles que, um dia, tiveram uma experiência de salvação, e mesmo sendo criança, é necessário ter esta mesma experiência salvífica.

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Sim, estou tratando da música do Thalles Roberto, "Oh, meu irmãozinho". Não tenho absolutamente nada contra  a letra e nem o texto trata disso. Essa foi uma questão que surgiu na minha igreja e que achei que uma consideração a respeito caberia.
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21 de junho de 2012

O Que o Rio+20 tem a ver com a minha fé?

Dos dias 19 a 22 de junho, líderes dos 193 países que fazem parte da ONU estão reunidos na cidade do Rio para discutir desenvolvimento sustentável. Essa conferência é, de fato, muito importante pois discute a participação política dos países com relação ao desenvolvimento sustentável do planeta. Não é anedota. Todos sabemos que o futuro do planeta está comprometido. Se você for a cidade de São Paulo, por exemplo, perceberá que existe uma densa nuvem negra que cobre a cidade. Não, não é chuva se formando, mas o alto grau de poluição que a cidade alcançou. Bem, ela não é a única, e poluição não é o único problema que o planeta enfrenta.

A Escritura diz que "toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto" (Rm 8.22) e sabemos que isso é assim porque o homem pecou e a Terra foi amaldiçoada por causa dele e, com ela, todas as criaturas. Contudo, Romanos 8.19 diz que a criação, ou a natureza criada, aguarda com grande expectativa a manifestação dos Filhos de Deus. E aí você se pergunta: o que o Rio+20 tem a ver com a minha fé?

O Salmo 24.1,2 diz: "do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem; pois foi ele quem fundou-a sobre os mares e firmou-a sobre as águas." O Salmo diz que a terra é do Senhor por direito de criação, pois foi Ele quem a fundou sobre os mares e a firmou sobre as águas (v.2). De fato, "no princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn. 1.1). Sendo assim, a ordem criada não pertence a Satanás, mas a Deus. E se do Senhor é a terra, e nós somos do Senhor, logo, somos mordomos e/ou administradores e deveríamos nos comprometer a administrar adequadamente aquilo que o Senhor criou. Assim, preocupar-se com o futuro do planeta é um começo. Contudo, devemos ser levados a ação, e não apenas elogiarmos os esforços do Greenpeace. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.[1]

Não é meu objetivo dizer para você ser "ecologicamente consciente" e, assim, esquecer do seu próximo, como se cuidar de coisas e não de gente fosse o que importasse. Terminantemente não é isso! Mas, de acordo com o Salmo que lemos, é do Senhor tanto a terra e tudo o que nela existe (plantas, animais, rios, mares, bosques, deserto, selva e natureza como um todo), como o mundo e os que nele vivem (todos os homens). Assim, somos convocados a cuidar e zelar pela criação, demonstrando a glória de Deus em tudo o que fazemos. O amor não deve apenas ser pregado, mas encarnado. Na verdade, é dever de todo cristão tornar o amor de Cristo visível, palpável, tocável e cheirável, na terra. Não é "esquecer dos homens e cuidar das coisas", nem "esquecer das coisas e cuidar dos homens", mas ter o compromisso de cuidar de ambos, visto ser ambos parte integrante do planeta onde vivemos.

Deus ordenou a Adão e Eva que administrassem a terra, tornando-a produtiva e habitável (Gn. 1.26). Desde então, cada homem faz-se responsável pela criação diante do Senhor de toda a terra. Isto equivale dizer que o Evangelho de Cristo não visa apenas salvar o homem do pecado e do Inferno, mas levá-lo a agir como instrumento transformador da sociedade na qual está inserido, pois Deus nos criou como seres sociais para que cuidemos de nós e da terra que Ele nos entregou.[2]

"Deus fez o homem um ser  espiritual, físico e social. Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido como 'um corpo-alma em sociedade'"[3] escreveu John Stott. Assim, é nosso dever cuidar do homem todo e todo o homem e do ambiente onde ele vive. Não quero dizer com isso que devemos "construir um mundo melhor e feliz". Isso é ilusão! Mas quero asseverar que enquanto estivermos aqui, devemos fazer todo o bem que estiver em nosso alcance, cuidando do homem criado por Deus e da criação como um todo, zelando para que nenhum mal seja feito àquilo que Deus criou. Não é querer salvar o mundo com as próprias mãos, inspirando-se nos "Vingadores". Não há super-heróis entre nós! Mas há os que são e estão conscientes de que, se fizerem sua parte, estarão contribuindo no todo, pois o todo é confirmado quando cada um, individualmente, faz o que deve ser feito.

Os dois temas em foco da Conferência Rio+20 são: (1) a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, e (2) o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável. Algo no primeiro tema soa muito estranho: a utópica "erradicação da pobreza". diga-me em qual momento da história não houve gente pobre? o próprio Jesus disse que os pobres sempre teríamos conosco (Jo. 12.8). Erradicar a pobreza é impossível, mas minimizá-la ou atenuá-la em nosso contexto é algo ao qual precisamos nos engajar. Atos 4.34, 35 diz que na igreja primitiva "não havia necessitado algum; porque todos os que possuiam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés do apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha". A proclamação do Evangelho e a diaconia (serviço) da igreja eram inseparáveis (At. 4. 34,35; 6. 1-7). Isto fez com que a igreja em Jerusalém caisse na graça do povo (At. 2, 46,47). Que possamos aprender com eles.

Termino com uma frase de C.S. Lewis: "Eu acredito no cristianismo como eu acredito no sol, não por aquilo que ele é, mas que através dele eu posso ver tudo ao meu redor." A verdadeira religião - que, segundo o apóstolo Tiago envolve ação social, Tg. 1.27 - nos leva a confessar Cristo como Senhor na relação de envolvimento com as criaturas e a criação. Como Stott disse, "se Jesus amou o mundo de tal maneira  que entrou nele através da encarnação, como podem seus seguidores  proclamar que amam o mundo procurando escapar dele?." Cuidar da criação é algo ao qual precisamos nos envolver.

Até mais,
Cleison Brügger.

Fontes:
[1] Pacto de Lausanne
[2] Lições Bíblicas, 3º Trimestre de 2011, CPAD.
[3] Stott, John. "Cristianismo Equilibrado". 
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18 de junho de 2012

Cheios do Espírito!


Ninguém, por mais talentoso, persuasivo, dotado, cursado, letrado ou profissional que seja, deveria ter a audácia de se apresentar em nome de Deus sem que, antes, tenha estado com Ele. Ninguém deveria ousar se apresentar no altar do Senhor antes de se apresentar ao Sumo Sacerdote.

Os ministros, ou qualquer um que se põe em posição de sacrifício, deve conscientizar-se de que, ou ele tem do Espírito, ou tudo não passará de tempo perdido! Homens e mulheres só poderão ser poderosos no que fazem de acordo com a consciência de que, sem o Espírito, tudo estará perdido!

Quem sabe muitos desacreditaram do cristianismo em seu nascedouro, tendo como base o fato de que o Senhor havia deixado o apascentamento de Seu santo rebanho nas mãos de homens inscientes? só que o que muitos não sabiam, era que aqueles homens estavam cheios do Espírito Santo! Eles não tinham a preocupação de que alguma coisa daria errado pois eles não usavam métodos humanos e carnais como hoje estamos usando, mas dependiam tão somente do Espírito! Foi porque Pedro estava cheio do Espírito  que teve a ousadia de enfrentar os sacerdotes, os saduceus, e os anciãos de Israel perante o sinédrio, pois o mesmo tinha aquecidas em seu coração as palavras do Senhor: "Mas, quando vos entregarem, nos vos dê cuidado com o que haveis de falar, porque, naquela mesma hora, vos será ministardo o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós" (Mt. 10. 19,20). Oh, quão poderoso é o homem que se coloca na dependência do Espírito! Quão poderoso é o homem que toma o púlpito depois de ter se esvaziado por completo e de ter se encontrado com o Deus Todo-Poderoso! Se é o Espírito quem convence o homem e se é Ele quem regenera, que as minhas palavras pereçam, mas que as palavras do Espírito emanem do púlpito e aqueça o coração de cada ouvinte. "Não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras?" (Lc. 24.32). Ora, não há como ouvir as palavras de Jesus e permanecer inerte! Quando Jesus disse ao morto Lázaro, "Vem para fora!", Lázaro imediatamente obedeceu a sua voz e, mesmo estando morto, saiu da sepultura!

Todos aqueles homens incrédulos que estavam no sinédrio estavam informados de que Pedro e João eram homens iletrados e indoutos, mas eles, vendo a ousadia das palavras dos santos apóstolos, se espantaram e entenderam que aquilo tudo era resultado de uma só coisa: aqueles homens haviam estado com Jesus (At. 4.13). Oh, um ministro cheio do Espírito não é conhecido pela sua capacidade intelectual, de organizar idéias, filosófica ou teológica, mas sim, porque antes, ele esteve com o Senhor! Ah, que sempre que tivermos que nos apresentar aos outros, mesmo quando estivermos nos preparando para levantarmos da cama, que o Espírito nos guie a Cristo e que logo cedo nos encontremos com o Senhor! Que não tenhamos a ousadia de tomarmos qualquer microfone na igreja até que estejamos certificados de que nossa fronte está gotejando da unção do Espírito e que, antes de nos apresentarmos as pessoas, nos certifiquemos de que estivemos com o Senhor! Assim, quem olhar para nós concluirá como concluiram aqueles homens do sinédrio: decerto, antes de estar aqui nos falando, esteve com o Senhor! Olha como sua face resplandece!

Oh, que o amor e a graça de Deus nos conduz a isto!

Até mais, 
Cleison Brügger.
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5 de junho de 2012

Salvo pela "maravilhosa graça": a história de conversão de John Newton


John Newton era pastor de uma igreja crescente em Olney, na Inglaterra, quando compôs a letra daquele que talvez seja o hino mais conhecido até hoje – Amazing Grace (i.e., “Maravilhosa Graça”). Newton estava satisfeito naquele contexto de vida campestre. Ele tinha uma esposa carinhosa ao seu lado, desenvolvia um bom ministério pastoral e estava cercado de pessoas amáveis. Naquele momento, Newton desfrutava de uma ótima vida. Mas, 25 anos antes, sua vida estava em ruínas.

Newton nasceu em Londres no dia 24 de julho de 1725. Seu pai, um capitão de navio mercante, o amava, porém era um homem severo e reservado. Por outro lado, a mãe de John era uma mulher atenciosa e cuidadosa. Ela lhe ensinou as Escrituras – capítulos inteiros da Bíblia de uma vez – bem como hinos e poemas. Infelizmente, a mãe de John Newton morreu, duas semanas antes que ele completasse sete anos de idade, e, pouco tempo depois, seu pai casou-se novamente.

Quando o novo casal teve seu próprio filho, ambos deram mais atenção e carinho a este do que a John Newton, de modo que John deixou-se levar pela companhia influente de garotos pervertidos, aprendendo a andar nos sórdidos caminhos que eles trilhavam. Com a idade de 11 anos, ele fez a primeira das cinco viagens marítimas na companhia de seu pai, durante a qual rapidamente aprendeu a xingar e amaldiçoar com os melhores marujos.

Entretanto, durante os cinco anos que se seguiram, John se viu forçado a refletir seriamente sobre a condição de sua alma. Certa feita faltou pouco para que John Newton embarcasse num navio de guerra que levava a bordo um amigo dele. Mais tarde, todavia, ele soube que aquele navio naufragara e que seu amigo, junto com vários outros tripulantes, tinha morrido afogado.

Também foi nessa época que Newton teve um sonho perturbador no qual ele jogava fora um anel que representava toda a misericórdia que Deus lhe reservara. Essas experiências pesaram de forma tremendamente condenatória na consciência de Newton e, por algum tempo, impeliram-no a tratar as questões espirituais com mais seriedade. Contudo, passados alguns dias, ele logo se esquecia daquilo que o levara à sobriedade e continuava sua queda vertiginosa na espiral da perversidade. Newton afirmou: “Eu geralmente considerava a religião como um meio necessário para se escapar do inferno; mas eu amava o pecado e não estava disposto a abandoná-lo”.[1]

Aos 19 anos de idade, Newton foi obrigado a se alistar como aspirante da Marinha para servir no navio HMS Harwich. Passado algum tempo, ele desertou, foi capturado, encarcerado, açoitado a bordo do navio, fustigado com chicote de nove tiras, e rebaixado. Então Newton entrou em terrível depressão e desespero, que o levaram, por vezes, a querer se lançar ao mar e a planejar maneiras de assassinar o capitão que o humilhara. Entretanto, não demorou muito para que a situação dele mudasse, quando o capitão de seu navio fez uma permuta entre ele e marinheiros de um navio que estava preste a zarpar para a África Ocidental à procura de escravos.

A Época no Tráfico de Escravos

Em meados de 1700, o tráfico de escravos era um negócio lucrativo. Mais de 100 mil escravos foram trazidos para o Novo Mundo em navios ingleses.[2] William E. Phipps escreveu: “No século XVIII, a média de mortalidade dos escravos durante o trajeto [da África para algum porto no Caribe ou nos Estados Unidos, onde eram vendidos] em navios ingleses era de aproximadamente quinze por cento”.[3] Cerca de 15 mil escravos africanos morreram a bordo de navios ingleses nessa época.

Em seu novo ambiente, Newton não fez absolutamente nada para ser benquisto pelos oficiais do navio. Ele compôs uma cantiga de escárnio para ridicularizar o capitão do navio e a ensinou para a tripulação inteira. Após capturar uma lucrativa quantidade de escravos, Newton ganhou a permissão de ficar na África, ao longo da costa da Guiné, onde trabalhava para um traficante de escravos inglês que vivia com uma amante africana. Essa mulher não gostava de Newton. Quando Newton contraiu malária, ela o tratou cruelmente, com insultos e subnutrição para que morresse de fome.

Tempos depois, Newton foi injustamente acusado de roubar o traficante inglês. Ele ficou acorrentado com cadeias no convés do navio daquele homem e foi mantido com pouca comida, água e roupa. Na verdade, ele se tornou escravo daquele homem e, por ironia do destino, recebeu o mesmo tratamento com o qual eram tratadas as pessoas que tinham sido escravizadas com a ajuda dele.

Esse tormento durou um ano, até que Newton convencesse seu dono a cedê-lo para um outro traficante de escravos. Seu novo senhor tratou-o com bondade e o colocou na supervisão das “feitorias” (prisões para escravos localizadas nos portos).

Apesar dos olhos vigilantes de seu antigo senhor traficante de escravos, Newton conseguiu enviar algumas cartas para seu pai, nas quais pedia socorro. Certo dia, um navio mercante denominado Greyhound [i.e., “cão pernalta e veloz”] chegou onde Newton estava. Ele fora enviado àquele lugar por ordem do pai de John Newton. A princípio, Newton hesitou em deixar seu negócio que a essa altura já era lucrativo, mas, por fim, concordou em voltar à Inglaterra. Newton foi mantido cativo na África por 15 meses ao todo.

A bordo do Greyhound em sua viagem de volta, Newton demonstrou ser o homem mais profano e devasso do navio. Certa noite, ele estava tão bêbado, que quando seu chapéu caiu no mar pela força do vento, se outro marujo não o agarrasse pela roupa, ele teria se lançado nas águas em busca do chapéu.
Mais tarde naquela viagem, Newton folheou um dos poucos livros que havia a bordo – Imitation of Christ [i.e., “Imitação de Cristo”]. Newton começou a ler esse livro como um mero passatempo, mas, depois, passou a se perguntar o que lhe aconteceria se aquilo que nele estava escrito fosse verdade. Ele ficou com medo e fechou o livro.

Atingido Pela Tempestade

Naquela noite de 21 de março de 1748, uma violenta tempestade se abateu sobre o navio, que por pouco não afundou. Homens, animais e provisões foram arrastados pela força das águas e caíram no mar. Newton orou a Deus pela primeira vez depois de anos. Ele temia estar à beira da morte e, se a fé cristã fosse verdadeira, estava certo de que não seria perdoado. John refletiu em tudo o que fizera naqueles últimos anos, inclusive a atitude de zombar dos fatos históricos do Evangelho, e ficou abalado.

Passados quatro dias, a tempestade diminuiu. Pela providência de Deus, a cera de abelha, que se encontrava no porão de carga, ajudou que o navio continuasse a flutuar. Newton atribuiu a Deus aquele livramento que tiveram. Ele começou a ler o Novo Testamento com mais interesse. Quando chegou à passagem de Lucas 15, John percebeu os impressionantes paralelos entre a sua vida e a vida do filho pródigo.

O navio ficou à deriva por um mês. Os suprimentos se esgotaram. O capitão culpou a blasfêmia de Newton como a causa dos problemas que enfrentavam e cogitou a hipótese de jogá-lo ao mar, à semelhança de Jonas. O navio avariado finalmente conseguiu seguir seu rumo para a Irlanda do Norte, a tempo de não ser apanhado por um vendaval que começava a ocorrer. Newton reconheceu que Deus respondera sua oração.

Ao chegarem em terra firme, Newton tomou a decisão de não mais xingar e blasfemar. Ele chegou a voltar para a igreja. Entretanto, ainda não era um crente em Jesus. Mais tarde ele declarou: “Penso que aquele foi o início de meu retorno para Deus, ou antes, o retorno dEle para mim; contudo, só considero que vim a ser crente em Cristo (no sentido pleno da palavra crente) muito tempo depois daquele momento”.[4]

Regenerado Pela Fé

Naquela noite de 21 de março de 1748, uma violenta tempestade se abateu sobre o navio, que por pouco não afundou. Newton orou a Deus pela primeira vez depois de anos.

Em 1749 Newton zarpou como primeiro piloto de um navio negreiro. A essa altura, ele já tinha se esquecido do compromisso que assumira e recaiu nas antigas práticas pecaminosas. Enquanto buscava escravos ao longo da costa ocidental da África, John Newton foi novamente acometido de malária, situação que o levou a refletir mais uma vez sobre a sua vida. Diante das misericórdias de Deus para com sua vida, ele estava absolutamente convicto da culpa pelos erros que recentemente cometera. Meio delirante e enfraquecido, Newton se levantou da cama e caminhou com dificuldade até um lugar afastado da ilha. Naquele local, percebendo a futilidade de tomar decisões autoconfiantes, “ele se entregou ao Senhor”, escreve Richard Cecil, “para que Deus fizesse com ele aquilo que fosse do Seu agrado. Ao que parece, nada de novo acontecia em sua mente, exceto o fato de que ele estava apto para confiar e crer num Salvador crucificado”.[5] A incrível graça de Deus preciosamente se manifestou no exato momento em que John Newton creu pela primeira vez.

Daquele momento em diante, a vida de Newton mudou gradativamente. No começo, como acontece com a maioria dos crentes, ele não percebia todas as áreas de sua vida que precisavam ser transformadas pela graça de Deus.

Por exemplo, por cinco anos, ele enfrentou lutas quanto à certeza de sua salvação. Todavia, através do encorajamento dado por outro capitão de navio, que também era crente em Cristo, as dúvidas foram vencidas, conforme Newton declarou: “Eu comecei a entender [...] e a ter esperança de ser preservado e salvo, não por meu próprio poder e santidade, mas pelo imenso poder e promessa de Deus, através da fé num Salvador imutável”.[6]

A mudança mais evidente na vida de Newton se deu na área do tráfico de escravos. Um ano antes de crer em Jesus Cristo, John Newton se tornou capitão de um navio negreiro. Nos quatro anos seguintes à sua salvação, Newton realizou três viagens com o intuito de buscar escravos na África e levá-los para serem vendidos no Caribe. Durante essas viagens, Newton liderou sua tripulação em cultos de adoração e em momentos de oração. Contudo, ele também foi forçado a sufocar rebeliões de escravos, chegando a ponto de utilizar instrumentos de tortura para apertar polegares a fim de arrancar confissões.
Mais tarde, Newton se conscientizou de que o tráfico de escravos e sua participação nele eram algo moralmente ultrajante e repulsivo. Ele afirmou: “a força do hábito, o exemplo e o interesse [comercial] cegaram meus olhos”.[7]

A partir do momento em que o Espírito Santo convenceu John Newton dos males e pecados envolvidos no tráfico de escravos, ele passou a trabalhar incansavelmente para extingui-lo num esforço de décadas. Ele foi orientador e conselheiro de um crente em Cristo mais novo do que ele, chamado William Wilberforce, o qual atuou no Parlamento Britânico. Wilberforce se tornou o mais notável e eficaz abolicionista da história da Inglaterra. Alguns meses antes da morte de Newton, ocorrida em 21 de dezembro de 1807, o Parlamento Britânico aprovou o Decreto da Abolição do Tráfico de Escravos, o que muito alegrou Newton. 

A Ternura da Graça  

Antes de experimentar a graça salvadora de Deus, John Newton não tinha o menor receio de xingar e proferir palavrões quando relampejava, de blasfemar contra o Deus do céu, de zombar da Bíblia, de ridicularizar a consagração a Deus, de se envolver em atos depravados, nem o mínimo escrúpulo de comprar e vender seres humanos como se fossem objetos ou mercadorias. 

Entretanto, John Newton mudou completamente após a sua conversão. Mais tarde, ele se tornou pastor e exerceu o ministério pastoral por 23 anos, sempre salientando em seus sermões o tema da graça de Deus. Ele compôs e publicou centenas de hinos, inclusive o hino intitulado How Sweet the Name of Jesus Sounds [que traduzido quer dizer: “Quão doce soa o nome de Jesus”] (um nítido contraste com a época blasfema de sua vida pregressa), bem como demonstrou incessante hospitalidade em sua casa.

Ele manteve comunhão com alguns dos mais notáveis nomes do avivamento evangélico na Inglaterra, tais como George Whitefield e John Wesley; ensinou e encorajou pessoas influentes como o grande missionário William Carey, o poeta William Cowper, e o abolicionista William Wilberforce; além disso, tornou-se um dos maiores defensores do fim da escravidão na Grã-Bretanha.

Como explicar tamanha transformação na vida de um homem? Semanas antes de sua morte, já velho e debilitado, Newton explicou: “Minha memória praticamente se foi; mas ainda consigo me lembrar de duas coisas: que eu sou um tremendo pecador e que Cristo é um tremendo Salvador.[8]

Notas:
  1. Richard Cecil, The Works of the Rev. John Newton, 3ª ed., vol. 1, 1824; reimpressão, Carlisle, PA: The Banner of Truth Trust, 1985, 1:4.
  2. William E. Phipps, Amazing Grace in John Newton: Slave-Ship Captain, Hymnwriter, and Abolitionist, Macon, GA: Mercer University Press, 2001, p. 63.
  3. Ibid., p. 60.
  4. Cecil, p. 33.
  5. Ibid., p. 37.
  6. Phipps, p. 66.
  7. Ibid., p. 202.
  8. Ibid., p. 238.
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