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17 de março de 2012

"Ainda que a morte nos separe"

Na jura matrimonial, nunca concordei muito com aquela famosa frase: "te amarei, até que a morte nos separe." Seja sincero: ninguém quer um amor circunstancial; um amor que tenha um limite, uma distância até onde ele pode ir. Um amor que termine logo ali, já que sabemos que a vida é tão breve. Na verdade, isso parece uma contradição, visto que prometemos amor eterno. Assim, o "que seja eterno enquanto dure" não tem bases sólidas para se firmar. Então, como seria o certo? creio que o mais correto a ser dito na jura é o seguinte: "te amarei, ainda que a morte nos separe". O limite do amor não pode ser a morte, pois o amor "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba" (ICo. 13. 4-8). O amor é divino, pois Deus é a essência de todo o amor (I João 4.8), por isso, a morte não tem o poder de destruir ou acabar com aquilo cuja origem é divina. 

Olhe por alguns minutos para esta afirmação paulina:  
"Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm. 8.38-39).
 Perceba:

1) Nada, por maior que seja a sua força, pode nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus. Isso não é maravilhoso? não é incrivel saber que, uma vez amados, sempre seremos amados, e ainda que nossos pecados se levantem como uma barreira de separação entre nós e o Senhor, o amor de Deus é suficientemente forte para quebrar todo o jugo da nossa rebelião e nos trazer de volta para seus ternos braços de amor? isso é que estar "seguro nos braços de Deus", como cantava o Prisma Brasil. O amor de Deus vai além dos limites. Prova disso, foi a entrega de Seu Filho para morrer por pecadores.

2) "Nada nos separa do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor". Isso é aplicável a relação conjugal. Sabemos que um casamento oficial não é realizado num templo (pelo menos não deveria), mas sim, num cartório. São as papeladas que oficializam o enlace. Mas por que a cerimônia religiosa (cristã) é tão importante? porque o casamento, mais do que a união de duas pessoas, é a união de duas pessoas, na pessoa de Cristo Jesus. Olhe para isso: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão os dois uma só carne” (Gn. 2.24). Isso não te lembra a relação da santa Trindade? três pessoas distintas (Deus, o Pai; Deus, o Filho, e Deus Espírito Santo), que em essência se revela como UM só Deus? Deus, logo em Gênesis, chama o homem a revelar sua beleza e singularidade, através do matrimônio. Há algo de divino no casamento, e a cerimônia cristã é, sobretudo, uma união espiritual. Jesus disse: "onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles" (Mt. 18.20). Quando um sacerdorte realiza a cerimônia da união conjugal de duas pessoas, e o faz em nome de Jesus, ele espiritualmente está trazendo Cristo para aquela união, e uma vez com Cristo no matrimônio, o amor é constante e atemporal, pois o amor a qual está aliançado o matrimônio é o "amor de Deus, que está em Cristo Jesus, a qual, nada poderá separar."

C.S. Lewis escreveu: "tudo o que não é eterno, é eternamente inútil." Esta frase é verdadeira! Charles Spurgeon (embora tenha vivido alguns séculos antes de Lewis), dirá algo parecido. Mas o amor não se encaixa nesta frase. Nada de "que seja eterno enquanto dure"! Se temos um amor firmado em Cristo, ele durará, e vencerá as barreiras do tempo. A Biblia ordena  em Efésios 5:25: “Maridos, amem suas esposas, como Cristo amou a Igreja e a Si mesmo se entregou por ela.”  Qual a natureza do amor de Cristo para com os que Ele planeja salvar? Ele os ama quando eles são rebeldes. Ele os ama sem qualquer condições ou reservas de qualquer tipo. Cristo os atrai para Si quando eles estão em rebelião contra Ele. Ele faz com que seus corações o amem. Ele paga por seus pecados. Ele perdoa cada pecado que eles cometerão. Para salvá-los, Cristo negou-se completamente. A ordem de Paulo é: "como Cristo amou a sua igreja, maridos, amem suas esposas!. " Você percebe as implicações divinas? então, como disse no início, nada pode acabar com aquilo cuja origem é divina.

Existem pessoas frustradas porque um dia tiveram um relacionamento amoroso com alguém e, por alguma razão, aquele castelo de areia desmoronou. Isso não quer dizer que o amor acaba. Isso quer dizer que aquilo era tudo, menos uma relação de amor, pois o amor verdadeiro só é encontrado na pessoa de Cristo, e um casamento feliz só durará se Cristo for junto nesta união. Eles usufruirão da felicidade, da paz, do amor, da comunhão, da bondade e de todo o bem que se encontra na pessoa bendita de Cristo. Isso não é maravilhoso?

Talvez você se pergunte: como o amor de um casamento pode ser eterno, se o homem é mortal e um dia ambos morrerão? Bem, antes de escrever sobre, te convido a olhar esta imagem:


 Veja os primeiros três quadros: eles parecem ser felizes! estão juntos, sempre em ocasiões diferentes. Porém, no quarto quadrinho, vemos que ocorreu uma fatalidade: houve morte. Parece que a morte os separou, não? se for, tudo o que escrevi acima foi em vão. Bem, não é isso que mostra o quadrinho. A morte os separou... fisicamente. Porém, o senhor continua lá, amando sua esposa, como Cristo amou sua igreja. E olha o último: eles estão juntos novamente! Ué, na morte? sim, na morte! eles foram amar! Amar quem? amar Aquele que, um dia, fez com que eles se amassem. Eles foram até Cristo, retribuir o amor com que amaram e foram amados, e que maravilha, eles amarão, por toda a eternidade. De fato, "o amor jamais acaba" (ICo. 13.8).

Cleison Brugger

2 comentários:

Gabriele Paula disse...

Nossa, adorei muito. Suas palavras me fez refletir muito. Bjs Gabi

Cleison Brugger disse...

Que bom, Gabi, fico feliz!
Deus te abençoe!

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