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18 de janeiro de 2011

Monotonia

 "Nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim, tão diferente!"
Como essa música me faz pensar sobre algumas questões da vida! eu, que não suporto o "de sempre", não curto o inerte, não abraço o parado e não tolero o passivo, vez ou outra me deixo levar pela monotonia.

Agora...
um Deus monótono?
Soa até como uma blasfêmia, um insulto!
Mas é assim que o magistral G. K. Chesterton O define:
"Pelo fato de as crianças terem uma vitalidade abundante, elas são espiritualmente impetuosas e livres; por isso querem coisas repetidas, inalteradas. Elas sempre dizem: “Vamos de novo”; e o adulto faz de novo até quase morrer de cansaço. Pois os adultos não são fortes o suficiente para exultar na monotonia. Mas talvez Deus seja forte o suficiente para exultar na monotonia. É possível que Deus todas as manhãs diga ao sol: “Vamos de novo”; e todas as noites à lua: “Vamos de novo”. Talvez não seja uma necessidade automática que torna todas as margaridas iguais; pode ser que Deus crie todas as margaridas separadamente, mas nunca se canse de criá-las. Pode ser que ele tenha um eterno apetite de criança; pois nós pecamos e ficamos velhos, e nosso Pai é mais jovem do que nós."

Que perfeita definição da exultante monotonia de Deus!
Um Deus que sempre nos convida a fazer a mesma coisa, novamente.
Um Deus que olha pra o Sol e diz: "- Vamos de novo?", olha para a lua e diz:  
"- Vamos de novo?", olha para o galo, logo pela manhã, e diz: "- Vamos de novo?" ...

...

Olha para nós e diz: VAMOS DE NOVO?
É incrível como paramos tão rapidamente, como desistismos tão facilmente!
Desistimos sempre no meio do caminho, porque achamos que o que vem pela frente é sempre maior do que a nossa capacidade de enfrentar o que virá.
"Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou" (Efésios 2.4), nos dá nova chance a cada dia. Se você conseguiu chegar até este novo ano, se ainda não morreu ou não está em estado terminal, é porque Deus te convida a entrar nesta monotonia e, assim, te faz a pergunta: "- vamos de novo?"

Nunca é tarde para tentar novamente; basta aceitar a monotonia dAquele que é Eterno e que nada é tão igual que se não possa mudar, e levantar inconformado, querendo avançar para o diferente, o inusitado, o surreal.

Deus cria as flores de campo e, embora semelhantes, elas não são iguais.
Deus nos dá novos dias a cada dia e, embora semelhantes, eles não são iguais.
Assim, num dia de cada vez, logo no monótono nascer do sol, Ele olha pra nós e faz a monótona pergunta: "E ai, vamos de novo?"

Aceite o convite dAquele que entende o que é viver, pois nunca nasceu e jamais morrerá.

Paz à você,
Cleison Brugger.

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