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28 de dezembro de 2012

Recomeçar


Alguém disse uma certa vez: "Deus nunca se cansa dos nossos novos começos". Na verdade, se existe um coisa que Deus parece gostar é de (re)começos, o começar de novo e de novo. Genêsis 1:1 relata que "no princípio Deus criou os céus e a terra". Ele criou o primeiro dia e poderia se cansar logo no segundo. Mas aconteceu que o terceiro dia veio, o quarto também e Deus não se cansou da monotonia diária. Ao contrário, Deus amou! Ele viu que era bom! Mesmo o dia nascendo todos os dias da mesma maneira, cada dia era um dia diferente, cada dia Ele criava coisas novas e no final de cada dia, o escritor sagrado diz que Deus "via que era bom!".

Certa vez, Deus se cansou. Há uma palavra na Bíblia que revela que há um momento em que Deus cansa. Essa palavra é tolerância. Sofonias vai tratar disso com propriedade. Tolerar dá a ideia de que a gente aguenta até não dar mais. A gente suporta até que fica insustentável. E Deus suportou, até o dia em que disse: "Me arrependo de haver feito o homem sobre a terra" (Gn. 6:7). Deus não havia se cansado da vida, da beleza das flores ou algo do tipo. Deus havia se cansado da perversidade dos homens (Gn. 6:5-7). Mas Noé achou graça aos olhos de Deus, de tal modo, que Deus quis (re)começar com ele. Com ele fez uma aliança. E disse pra ele o mesmo que disse para o primeiro homem: "frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra" (Gn. 9:1). Em outras palavras, Deus estava dizendo: "recomece, Noé! vamos fazer de novo. Frutifique, cresça!" e não é interessante que Deus resguardou na Arca um casal de cada animal? certamente na Arca houve procriação. Isso porque Deus ama o nascer e o recomeçar. Ele ama o Leopardo pai, mas gosta quando o Leopardo filho nasce igualzinho ao pai. São iguaiszinhos em espécie e tipo, mas o recomeçar da vida é fascinante ao Criador.

Na cruz, em Cristo, Deus estava recomeçando. Paulo disse aos coríntios que "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo" (2Co. 5:19). Reconciliar é conciliar de novo; trazer a comunhão de outrora. Ele estava, em Cristo, (re)costurando os laços de amizade, restaurando a comunhão perdida, nos restituindo à família de Deus. Na cruz não acaba, começa! na verdade, RECOMEÇA! E tanto é assim que quando Deus salva ele regenera. Na conversa que Cristo teve com Nicodemos, o Senhor disse: "necessário vos é nascer de novo" (João 3:7). Nascer de novo, ou (re)nascer, (re)generar. Deus parece gostar deste prefixo!

Quinte anos depois de o povo judeu chegar em Jerusalém, depois de estarem 70 anos cativos em Babilônia, Ageu, o profeta, fala ao povo as palavras do SENHOR: "Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a Minha casa; e dela Me agradarei, e serei glorificado, diz o SENHOR" (Ageu 1:8). Em Babilônia, o povo tinha perdido muita coisa: cultura (lá a cultura era pagã e estrangeira), nomes que honravam a YHWH e que designava quem eles eram  (em Babilônia eles ganharam novos nomes pagãos, a exemplo de Daniel e seus amigos), fé (a fé judaica era monoteísta, mas a fé babilônica era politeísta, com seus diversos deuses, de diversos nomes, diversas caras e diversas esculturas). Quando eles voltaram para Jerusalém, o salmista disse que eles "estavam como os que sonham" (Salmo 126:1). Estão voltando para a cidade do Rei, a cidade Santa. Mas veja como ela está: arruinada, queimada, destroçada! veja o templo! está queimado, destruído, arruinado! Aquele majestoso templo que Salomão construíra, cujo qual, na ocasião de sua inauguração, os sacerdotes não conseguiam ficar de pé para ministrar, tamanha a glória que encheu a casa, agora estava queimada e desonrada. Mas Ageu, o profeta, dá três imperativos ao povo: "SUBI ao monte, e TRAZEI madeira, e EDIFICAI a casa" (Ageu 1:8). Deus ordenou ao povo que (re)construisse o templo arruinado! O lugar mais importante de Jerusalém precisava ser restaurado! e havia uma promessa: "A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos" (Ageu 2:9).

Neste novo ano que se inicia, o convite de Deus a nós é que recomecemos. Se há pecados que precisam ser abandonados, se amizades precisam ser restauradas, se nossos muros e nossa vida, que é templo do Espírito, precisa ser edificada novamente, eis a ordem do Senhor: Suba, traga e edifique! onde você encontrará material necessário para a reconstrução, o recomeço? se você sabe onde é, vá buscar, não perca tempo! mas vá e traga consigo! tenha em mãos o material necessário para o recomeço da obra e então, comece a edificar! Não desanime porque tudo está destruído. Mãos à obra! Você, com a ajuda do Senhor, poderá fazer com que a reconstrução fique ainda melhor do que quando foi meramente construído. O SENHOR é poderoso para fazer da segunda edificação maior e melhor que a primeira.

Que neste novo ano, Deus levante nosso espírito, como levantou o de Zorobabel, Josué e todo o povo (Ageu 1:14) para que possamos reconstruir, recomeçar e avançar para as boas coisas que a nossa frente estão! feliz 2013!


Cleison Brugger
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22 de novembro de 2012

Deixa Mical no canto dela, Davi!

Davi estava muito feliz! Depois de a arca do concerto ter estado no terreno inimigo dos filisteus por 70 anos, agora Davi estava devolvendo a Arca para o seu lugar, de onde nunca deveria ter saído! Davi estava alegre demais! a cada seis passos e oferecia sacríficios (cf. 2Sm. 613); ele cantava e bailava no meio do povo (2Sm. 6:14); naquele dia, o povo se surpreendeu com o rei dançando no meio deles. Davi perdeu a compostura e esqueceu de todas as regras de etiqueta. Mas era a Arca de volta! todos deveriam estar felizes e jubilosos! Icabô não mais! A glória de Israel estava de volta!

E quando acabou o cerimonial, e o povo, feliz e regozijante, voltava para suas casas, Davi foi abençoar sua casa, mas chegando lá...

Mical estava indignada! num ato de revolta e menosprezo pela atitude desprezível de Davi em ter dançado e bailado no meio do povo (visto que, como rei, ele deveria se comportar), Mical o despreza e diz para ele: "Como o rei de Israel se destacou hoje, tirando o manto na frente das escravas de seus servos, como um vadio qualquer!" (2Sm. 6:20 NVI). Ok, Mical não era o exemplo de mulher ideal, e Davi cortou Mical com sua contra-resposta (2Sm. 6:21,22), mas vamos combinar? Davi tem uma parcela de culpa nisso, e nós temos o que aprender - ou não! - com Davi. Davi, muito embora fosse um homem segundo o coração de Deus, era carnudo!!

Em 2 Samuel 3 conta-se que Abner fez uma aliança com Davi, depois de um mal entendido com Is-Bosete, filho de Saul. Então Davi faz uma proposta: "Quer fazer aliança? tá ok, mas tem uma condição: quero Mical, filha de Saul, pois já paguei o preço requerido para poder casar com ela. Ela é minha por direito!" (2Sm. 3: 12, 13). Só que havia um porém: Mical já tinha marido! Só que Abner a tira do marido dela para entregar-lhe a Davi (2Sm. 3:15, 16). 


 Tá pegando Mical pra quê Davi? deixa ela no canto dela! já tem marido, já tem família, eles parecem ser felizes... "mas eu a conquistei, é minha por direito!" Ok, Davi, mas olha de quem é filha! não parece boa coisa! "mas é linda, maravilhosa.. o resto a gente conversa"..

Bem, Davi sabia que ela era linda! Mas por ser criada com Saul, certamente tinha os traços do pai no que se refere a personalidade. Na verdade, Davi por ser o garanhão e adorar "colecionar" paixões (só em 2 Sm. 3:2-5 encontramos 5 mulheres de Davi!) ele não tinha ideia do problemão que ele estava arrumando: uma mulher que não se alegrava com a presença de Deus, não compartilhava da alegria do marido, o desonrava e ainda não deu a ele a alegria de gerar filhos (coisa que Davi amava era criança! cada mês era um novo!) O que adiantou pagar o preço por ela? o que adiantou a fama de ser "marido da princesa"? o que adiantou dormir ao lado do manequim mais perfeito de Israel? agora, a princesa está te chamando de "vadio, vagabundo", não te respeita, não te honra, não te entende. Mical não entendia, nem compartilhava da alegria de Davi, nem da alegria do povo. Mical era incrédula, não tinha prazer em Deus. Estava na janela pra ver no que daria aquilo tudo, mas acabou vendo Davi que embora estivesse muito feliz pela chegada da Arca em Jerusalém, aos olhos dela, era um vagabundo qualquer, dançando no meio do povo.

Começar um relacionamento por qualquer tipo de atração é a maior das burrices. Paulo recomenda que devemos ter um relacionamento que aconteça "no Senhor" (I Co. 7:39). Paulo nos adverte a fugirmos das paixões da mocidade (2Tm. 2:22), a exemplo de José fugindo da mulher de seu patrão. Se o inimigo tá oferecendo filé, pela honra do Senhor, eu viro vegetariano, como fez Daniel e seus amigos. Beleza? é interessante! mas caráter é necessário e vida com Deus é fundamental. Existem relacionamentos muito foguentos nos amassos, mas o fogo do amor verdadeiro não passa de história mal contada e o fogo do altar já deixou de arder faz tempo! Princesa, príncipe, se liga: você pode ser boazuda, garanhão, sedutor(a), sensual; mas você jamais, leia bem, jamais! ganhará para si um servo de Deus, pois eles estão vacinados, visto que, um dia, crucificaram sua carne, junto com suas paixões e desejos (Gl. 5:24). Eles agora são guiados pelo Espírito, até nos relacionamentos!

Se você é carnudo(a), se liga: você arruma uma Mical da vida que, embora seja princesinha, atraente, bonita, quando casar (se casar!) te despreza, te desonra e depois você vai pra igreja chorando e pedindo oração pra Deus salvar o indivíduo, mas como minha querida avó diz, "quem com porco se ajuda, farelo come".


Até mais!
Cleison Brugger
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12 de novembro de 2012

Prazer, evangelho! (parte 1)

por Cleison Brügger

Olá! esses dias eu pensava sobre o pecado e suas implicações. E no caminho (eu estava andando e pensando), percebi que, na verdade, quando se pensa em pecado (um grande problema!), pensa-se numa solução para ele. E a solução para o pecado é o Evangelho. Então, resolvi dividir um texto único em quatro partes, em que falo sobre (1) pecado, (2) a necessidade do Inferno, (3) a necessidade de um Salvador e  (4) como esse Salvador nos salva do pecado. 

Então, para entendermos sobre como somos salvos do pecado, precisamos entender o que ele é. Leia até o final!

PECADO

O pecado não é algo que vem como um mensageiro, mas que está como um residente. Ele não resulta de fatores externos, ou se parece com uma energia impessoal, mas sim, de impulsos internos definidos. Portanto, não podemos dizer que fomos aleatoriamente atingidos pelo mal, como quem toca numa tomada e leva, de imediato, um choque. Jesus disse que “a boca fala do que coração está cheio” (Mateus 12:34). Quando, por exemplo, alguém fala coisas obcenas e imorais, esse alguém não pode colocar a culpa na influência externa ou no contexto dizendo: “essa roda de amigos me influencia a falar desta maneira”. Seu falar obceno é fruto do que está arraigado no seu próprio coração. Assim sendo, embora exista, de fato, um certo tipo e uma certa medida de infuência ao erro, nosso poderoso coração enganoso nem sempre precisa ser influenciado. Ele mesmo procura meios, métodos, maneiras e ocasiões para pecar. Não é algo que vem, é algo que está! E está não detido apenas no coração, mas em conexão com cada um dos nossos sentidos: um olhar, um toque, algo que ouvimos ou até mesmo um cheiro atraente nos faz pecadores assumidos e independentes.

Agora você entende o porquê que o chamado de Cristo é para que abandonemos o nosso “Eu”? e quem é o “Eu”? 

Costumo responder “sou eu” quando me são apresentadas características inerentes a minha personalidade, que define quem eu sou. Na verdade, o “Eu” é tudo o que somos. É o conjunto de tudo aquilo que nos forma e define. E Cristo ordena que abandonemos o nosso “Eu”! por que? Porque o “Eu” – o meu eu, o seu eu – está arruinado, falido, completamente depravado e inclinado para fazer o mal e somente o mal. Tão logo, ele vive – e se agrada em viver – em declarada rebeldia contra a majestade de Deus, seu Criador.

Sabendo que “do coração procede as saídas da vida” (Provérbios 4:23), entendendo que o coração está completamente falido moral e espiritualmente e concordando que o pecado não é uma influência externa, mas que faz parte do que somos e que não vem de dia em dia, mas que está aqui, a cada vez que olhamos, sentimos, pensamos ou tocamos, então chegamos ao porquê do Inferno ser necessário e porquê precisamos de um Salvador.

Mas isso, é assunto pra outra hora. Até o próximo post.
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31 de outubro de 2012

Lutero e a igreja contemporânea. O que mudou?


por Cleison Brugger


Hoje, comemora-se o dia da Reforma Protestante. No dia 31 de outubro de 1517, há exatos 495 anos, Martinho Lutero afixou suas 95 teses nas portas da Catedral de Wittenberg. De lá pra cá, muita coisa mudou, e com isso, a possibilidade da realização de "uma nova reforma" torna-se cada vez menos possível. "Nova reforma", por enquanto, somente a ortográfica.

De início, a igreja outrora chamada de "protestante" já deixou de protestar há muito tempo. Uma parcela dessa igreja resolveu marchar. Marchar para Jesus, para ser mais específico. E passaram a marchar de forma incoerente, insana e sem sentido, de maneira que não honra a Cristo, não edifica a igreja e não restaura os perdidos. A outra parcela da igreja deixou de protestar quando se enclausurou em seus templos e de lá não sai mais; nunca vi protesto dentro de casa! e com isso, perdemos a  voz. Estamos com uma roquidão sem precedentes. Hoje muitas de nossas igrejas são bonitas demais, legais demais, bacanas demais, cheias demais, entretidas demais, famosas demais, mas irrelevantes no sentido de ser contra-cultural e biblicamente comprometida.

Muitos de nós defendemos que precisamos de um "novo Lutero", mas devemos considerar as grandes diferenças que há entre nós e o reformador alemão. Embora denunciemos com frequência as falácias, mentiras e heresias dos que dizem ser apóstolos e não são, mas mentem, adoramos o anonimato dos nossos blogs e twitters. Lutero deu as caras. Muitos de nós estamos no afã de defender a verdade mas não por amor a Jesus, mas para ser relevante de alguma forma. Lutero foi impelido, empurrado, motivado e humilhado pelas Escrituras, e enquanto não acontecer o mesmo conosco, não podemos querer qualquer reforma. Lutero se assemelhou aos discípulos que, por amor à verdade, não temeram o martírio (no seu caso, a excomunhão). Foi resoluto naquilo pelo qual o Espírito lhe tinha iluminado, mas alguns de nós estamos nas trevas do intelectualismo barato e queremos causar.

Outrossim, a intenção de Lutero jamais foi de dividir ou fragmentar, mas era, de fato, reformar a igreja, levando-a a considerar as antigas veredas. Lutero, com suas 95 teses, não estava indo como um juiz condenar a igreja, mas como um amigo dizendo a outro: estamos errados! entretanto, conquanto alguns de nós dizem ter a mesma intenção, o uso de uma apologética fria e sem amor prova o contrário. A ciência tem inchado alguns! sabem muito da verdade, mas esquecem que a igreja é santa, una, invisível e universal; é a noiva de Cristo.

O mais importante a considerar já foi considerado, mas de tão importante deve ser ressaltado: a reforma, em primeira instância, começou em Lutero. Martinho Lutero foi humilhado e transformado ao ser confrontado com a doutrina da justificação pela fé somente. Neste impulso dos olhos abertos, quis abrir os olhos dos outros. Certifique-se se o Espírito de Cristo iluminou os olhos do seu coração através das Escrituras; certifique-se de que seus olhos estão inchados e seus joelhos estão sangrando, antes de começar qualquer reforma. Caso contrário, permaneça sentado e passe a vez.     
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